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17/01/2023 às 15h41min - Atualizada em 17/01/2023 às 15h41min

Edinho critica Lula por aumento de salário do magistério; "de onde vai sair o dinheiro?"

Edinho criticou o governo de Lula durante sessão na Câmara Municipal, no momento em que fazia defesa das contas de 2017 e 2018.

Por Rian Fernandes
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O prefeito Edinho Silva (PT) criticou o governo do presidente Lula (PT) após a aprovação do reajuste de 15% no piso do magistério. O questionamento é de onde sairá o dinheiro para cobrir a despesa. A fala do gestor araraquarense foi feita nesta terça-feira (17), durante a defesa das contas dos exercícios de 2017 e 2018 na Câmara. 

Durante sua fala, Edinho Silva comentava sobre despesas que são impostas aos municípios sem a correspondente receita. "Leis são aprovadas, legislação é alterada pelo Congresso Nacional sem que se estabeleça a fonte da receita dessas novas despesas". Como exemplo, ele mencionou um reajuste de 33% no piso do magistério no ano passado. "Eu não digo aqui sobre o mérito. Longe de mim questionar o mérito. Penso que o mérito é correto, mas nós vimos, só no ano passado, um reajuste de 33% no piso do magistério. Reajuste justo. Mas na mesma medida que se alterou o piso do magistério não veio apontada qual a fonte de receita para que essa despesa fosse coberta nos municípios brasileiros". 

Além disso, Edinho também mencionou a criação do piso de enfermagem, que na ocasião também não houve a fonte de receita para o município cobrisse a despesa e por isso acabou sendo suspenso. E sobre a aprovação do reajuste no piso do magistério, as críticas não foram diferentes para o governo Lula.

"Ainda hoje eu liguei para o governo do presidente Lula, para não dizerem que eu estou criticando gestões passadas, e perguntei de onde é que nós vamos retirar receita para reajustar mais 15% do piso do magistério, que foi anunciado ontem. É impossível um município, como ente federado, continuar arcando com despesas enquanto a arrecadação fica cada vez mais concentrada no Estado e na União", criticou Edinho, ainda ressaltando que o mérito do aumento é justo. 

Os argumentos foram levados para a Câmara de Araraquara por Edinho Silva diante do parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para as contas dos exercícios de 2017 e 2018 da prefeitura, de sua responsabilidade. "Exigir que os municípios equilibrem as suas contas e alcancem superávit é uma exigência, que me desculpem aqui a comparação, é exigência de quem nunca pisou dentro de uma escola. De quem nunca pisou numa unidade de saúde. De quem nunca frequentou o Cras. De quem talvez nunca tenha ido na periferia de uma cidade para dizer ao gestor onde é que ele cortar despesa. De onde é que ele tira a despesa para equilibrar despesa e receita. É muito fácil impor leis para que o gestor cumpra. É muito fácil. Quando falta medicamento na farmácia de alto custo, não é na porta do governador que batem. É na porta do vereador, do prefeito". 

O prefeito também criticou a imposição de teto de gastos nas contas municipais e disse que apenas não sente a pressão vereadores que não 'pisam' na Câmara. "Quando impõe teto de gastos, é certamente uma medida de quem não vive a realidade do povo brasileiro. Como que eu corto gastos se o Ministério Público pede para que eu abra vagas todos os dias nas creches de Araraquara? Como que eu corto gastos se todos os dias os vereadores recebem demandas de cirurgias eletivas, de exames que tem que ser feitos? De pessoas que precisam de cesta básica? De pessoas que precisam de viagem para fazer um exame ou uma cirurgia fora? Todos os dias. Só não tem pressão vereador que não pisa nessa Câmara". 

"Então, alguém de Brasília ou de São Paulo exigir que os prefeitos equilibrem suas contas, me desculpa, primeiro tem que viver o que um prefeito e um vereador vive", completou o Edinho. 

 
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