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31/03/2023 às 21h52min - Atualizada em 31/03/2023 às 21h52min

Thainara Faria chora ao denunciar racismo na Alesp

Deputada contou que foi impedida de entrar no plenário na posse e de assinar o livro de presença por ser "apenas para deputados"

Por Rian Fernandes
Fotos: Rodrigo Romeo/Alesp
A deputada estadual Thainara Faria (PT) chorou ao denunciar situações de racismo que tem enfrentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O discurso da araraquarense foi feito na tribuna na Casa de Leis e ela falou um pouco sobre a dor e enfatizou que não se calará diante de atitudes racistas. 

Em sua fala, Thainara se manifestou sobre uma situação que ocorreu hoje na Alesp, mas também falou sobre outras que têm acontecido, como no dia da posse da jovem deputada. 

"Desde que eu fui eleita deputada estadual por São Paulo eu venho sofrendo racismo nessa casa. Na posse, uma policial e uma servidora pediram para que eu liberasse o caminho para que os deputados pudessem passar. Me confundiram várias vezes com outras pessoas. Só na posse foram mais de dez vezes que eu passei por situações de racismo", enfatizou ela. 

Na sequência, Thainara esclareceu que hoje estava de trança na Alesp e havia esquecido o seu botton, um item de identificação para deputados e deputadas, em casa. Ela teria pedido outro, negado de início, mas depois entregue.

A deputada araraquarense esteve durante cerca de três horas em uma solenidade e quando foi assinar o livro, passou por uma situação racista na Assembleia. "A servidora falou: "não, esses livros são só para os deputados". Eu mostrei o botton, assinei o livro e fui dar entrevista para a TV Alesp", detalhou. 

Na sequência, Thainara ouviu a servidora reclamando para uma outra servidora, como ela mesmo contou. "É difícil", teria dito a funcionará. "Dei a entrevista, voltei e falei para ela: "é difícil todos os dias nessa casa ser confundida. [...] Não estão acostumados com uma mulher preta, jovem de 28 anos, circulando por essa casa. Eu sabia que por estar de trança eu seria confundida e queria evitar esse tipo de situação", explicou a araraquarense. 

Na sequência, após narras os acontecimentos, Thainara completou, emocionada. "Eu não queria estar chorando aqui agora. A questão é que dói muito toda hora sofrer racismo. Quando não dói, ele mata a gente". 
 


Em uma outra postagem anterior, com um vídeo gravado no gabinete, Thainara escreveu: "Faço questão de postar o vídeo chorando. Primeiro para mostrar que o racismo dói, o racismo mata. E segundo para mostrar que a gente não é forte o tempo inteiro".
 

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