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08/10/2020 às 11h20min - Atualizada em 08/10/2020 às 11h20min

Preço da cesta básica de Araraquara aumenta quase 5%

O valor médio da cesta básica araraquarense segue em trajetória ascendente em 2020. Com exceção das quedas ocorridas em janeiro, junho e julho, o preço da cesta aumentou em todos os demais meses do ano. De acordo com levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, setembro registrou alta de 4,8% em relação ao mês anterior – a maior elevação desde dezembro de 2019, quando a inflação mensal dos produtos chegou a subir 6,3%.

Atualmente, o preço médio da cesta é de R$ 670,30 – o maior valor nominal registrado em toda a série histórica, iniciada em 2013. A variação de 4,8% representou um aumento de R$ 30,75 em relação a agosto de 2020, quando o preço foi de R$ 639,55. Na comparação interanual, a oscilação chegou a 22,7% ou R$ 124,23, ante os R$ 546,07 que seriam gastos em setembro de 2019 para a aquisição dos itens que compõem a pesquisa.

A apuração das variações mensais revela que 20 dos 32 itens analisados ficaram mais caros em setembro, enquanto os doze restantes apresentaram redução de preço. O segmento de alimentação foi o principal responsável pela alta expressiva, variando 5,6%. O conjunto de produtos de higiene pessoal subiu 0,5% e a categoria de limpeza doméstica se manteve estável, com variação de -0,04%. Dentre os itens que mais encareceram, destacam-se o óleo de soja (23,7%), o arroz (20,4%) e o acém bovino (13,4%). Já as maiores quedas ocorreram no preço da batata (-8,7%), do feijão carioca (-2,2%) e dos ovos brancos (-1,3%).

Para João Delarissa, pesquisador do Sincomercio, as altas significativas dos últimos meses não podem ser avaliadas isoladamente e passam por uma série de considerações coexistentes. “A elevação da procura pelos itens essenciais, em decorrência da pandemia de  Covid-19, provocou desequilíbrios entre a quantidade ofertada e a demandada de produtos como o arroz, o óleo de soja, o leite, a farinha de trigo, a proteína animal e tantos outros bens amplamente consumidos pelos brasileiros.”

Segundo o pesquisador, por um lado, a implementação do auxílio emergencial garantiu poder de compra à população e aqueceu a demanda interna pelos produtos básicos de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica. Porém, com a valorização do dólar americano frente ao real, a produção nacional foi direcionada para o mercado externo, visando o aumento de receita por parte dos produtores brasileiros. “Assim, a ocorrência simultânea desses dois fatores resulta em um aumento da procura, ao mesmo tempo em que a quantidade ofertada se restringe, pressionando o preço desses produtos para cima”, avalia.

Diante disso, visando amenizar a alta do arroz, especificamente, o governo federal decretou a isenção do imposto de importação para esse item até o dia 31 de dezembro. Contudo, a alternativa de solucionar a escassez existente por meio da importação desses produtos esbarra no câmbio desvalorizado. “Ou seja, uma vez que as importações brasileiras são realizadas em dólar, a desvalorização do câmbio eleva o preço de importação e impede o barateamento do produto no mercado interno. Desse modo, a expectativa é que o preço da maioria dos itens essenciais continue em alta, pelo menos até o final de 2020”, afirma Delarissa.


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