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19/02/2021 às 13h40min - Atualizada em 19/02/2021 às 10h42min

Em um ano, atendimentos na UPA da Vila saltaram de 180 para 400 por dia

Araraquara vive um colapso do sistema de saúde. A cidade tinha na manhã desta sexta-feira 219 pessoas internadas, 67 delas em UTI e pelo menos 6 aguardando por atendimento médico. Um retrato do caos e a situação tem piorado nas últimas semanas. Segundo dados divulgados ontem pela presidente da Fundação Municipal Irene Siqueira Alves (FunGota), Lúcia Ortiz, em um ano, os atendimentos diários na UPA da Vila Xavier, unidade de referência para  atendimento de pacientes confirmados e com suspeita de coronavírus, mais que dobraram Segundo ela, durante audiência pública na Câmara que discutiu a pandemia na cidade, em janeiro de 2020,180 pessoas passavam por atendimento, em média, todos os dias (período pré-pandemia). Hoje esse número chega perto dos 400. "A UPA já teve o apoio de unidades básicas que tiveram seu horário ampliado para atender covid-19. Então se a gente não tivesse esse apoio, com certeza, o número de atendimentos seria muito maior. Isso causa uma angústia grande”, afirmou a presidente da Fungota. Segundo Ortiz, a unidade está em sua capacidade máxima de atendimento. “A UPA foi ampliada no começo desse ano, não tem mais onde ampliar e a capacidade de acomodar pessoas chegou ao limite", disse ela. Falta de médicos O problema é ainda maior porque mesmo que a cidade conseguisse ampliar os espaços para atendimento, leitos para internação, ainda assim, não haveria profissionais para atuar na cidade.  “Estão esgotando os profissionais médicos e de enfermagem no mercado. Às vezes estamos com a escala redondinha e de repente o parente ou funcionário positiva e a escala cai. Quando procuramos outras pessoas, os profissionais que já são poucos, estão muito cansados e exaustos", contou ela. No ano passado, segundo Lúcia Ortiz, trabalhavam na UPA da Vila Xavier 3 médicos por dia, agora são pelo menos 9, cinco durante o dia e mais quatro no período noturno. A preocupação da presidente da Fungota é a mesma do prefeito Edinho Silva: Nós não estamos conseguindo derrubar a curva de contaminação. Esse é o nosso desespero. Ontem a taxa de isolamento social foi de 41%, hoje eu penso que ele vai ser menor. Nós não estamos entendendo a gravidade da situação. Esse número de contaminados, se ele continuar crescendo, na semana que vem nós vamos ver algo parecido com Manaus”, disse Edinho Silva. A Fungota está com processo seletivo aberto para tentar encontrar profissionais para atuar na cidade já que pelo menos mais 60 leitos devem entrar em operação nas próximas semanas.  "Se a gente conseguir fechar a escala de técnicos de enfermagem, vão ter mais dez leitos e, na primeira semana de março, trabalhamos para conseguir abrir mais oito para completar 40 leitos para pacientes de baixa complexidade", detalhou Lúcia Ortiz. Esses leitos ficariam no antigo PS do Melhado. No hospital de Campanha os esforços estão concentrados na abertura de 10 leitos de UTI e mais 30 com suporte ventilatório. O problema por lá é a estrutura para uso de oxigênio por parte dos pacientes. "Quando fizeram o projeto do hospital de campanha pensavam que um paciente de enfermaria ia usar cinco litros de oxigênio por minuto. Tudo bem que evoluímos muito no atendimento, mas são pacientes que usam máscaras, alguns instrumentos que temos para ajudar na ventilação e consomem muito mais do que isso, consomem 15 litros e dependendo do equipamento consomem mais", justificou Lúcia Ortiz . Antes de encerrar sua fala na audiência pública, realizada na Câmara de Vereadores, Lúcia Ortiz ainda fez um apelo para os moradores de Araraquara: “precisamos que vocês nos ajudem ficando em casa, derrubando a transmissão, que não aumente o número de pacientes, pois a rede não é elástica. A rede tem limite e está chegando", finalizou.
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