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“Era algo bastante real. Eles (golpistas) agem na emoção da gente, sabem de tudo o que está acontecendo e ficamos preocupados”.
Esse é o desabafo de Daiane Ligabo de Sousa. O estado de saúde do pai, de 60 anos, é grave e ele está internado na UTI de um Hospital particular da cidade. Passando por uma situação delicada, a família foi alvo recente do golpe do “falso médico”, envolvendo a interação do pai.
O Golpe
A família recebeu a ligação na manhã da última quarta-feira (14), enquanto mãe e filha aguardavam o horário de visita para ver o pai, de 60 anos, que está internado na UTI do Hospital.
O falso médico disse que se chamava doutor André e trabalhava no hospital. Ele relatou que o pai de Daiane havia realizado diversos exames, com alteração em um deles, indicando hemorragia no pâncreas.
Como a situação do pai poderia piorar, segundo o golpista, era necessário que o paciente fizesse duas tomografias. O falso médico ainda disse que estava aguardando a autorização dos exames, mas que só conseguiria para hoje (16).
Prosseguindo com o golpe, o estelionatário indicou o nome de outra falsa profissional (Mariana), e que ela teria o equipamento para realizar o exame no mesmo dia (14), mas deveria ser bancado pela família e mais tarde a Unimed ressarciria. A “médica” iria ao hospital realizar os exames.
“Ele falou que meu pai poderia ter falência dos órgãos. Nós ficamos assustados. Na hora da emoção e no nervoso, minha mãe disse que o exame poderia ser realizado”, disse.
O golpista explicou que o exame teria um custo de R$ 3,8 mil e que a família poderia transferir o dinheiro (via PIX), mas que não seria pago diretamente ao hospital. Vale lembrar que o número de celular era DDD 16.
A mãe de Daiane realizou a transferência do dinheiro na conta do falso médico. “Ele disse que era para aguardar a doutora Mariana na recepção do hospital, que a falsa profissional levaria uma autorização de exames para a minha mãe assinar”, disse.
“Ele tinha informações do estado de saúde do pai e de todos os trâmites para realização de exames”, relata Daiane.
Mãe e filha foram até a recepção do hospital e perceberam a movimentação de outras famílias que tinham recebido uma ligação parecida. “Fomos informados de que nenhum médico com o nome de André trabalhava lá. Foi neste momento que percebemos que era um golpe”.
“Naquela manhã, quatro pessoas tinham caído no golpe, porém à tarde mais famílias foram vítimas”. O golpista sabe o nome do paciente, o nome da pessoa responsável. Ele tinha informações sigilosas, de dentro do hospital, que nem a família sabe”, ressaltou.
Daiane ainda relatou que o hospital chamou a mãe, anotou os dados da transferência bancária e orientou a família a realizar um boletim de ocorrência.
“Ligaram para a maioria dos paciente internados na UTI. O questionamento é sobre as informações que o golpista tinha ”, finalizou Daiane.
O que diz a Unimed
A Unimed ressaltou que é criteriosa com relação a informações de pacientes.Existe uma política de Lei Geral de Proteção de Dados implantada e de conhecimento de todos os colaboradores, que orienta o não compartilhamento e a confidencialidade de pacientes internados, bem como um termo assinado por todos os colaboradores. “Abrimos uma sindicância interna para apurar o ocorrido”.
Após a divulgação dos casos, decidiu publicar nas Redes Sociais, um comunicado relatando que familiares estão recebendo ligações de golpistas para realização de exames, mas que este não é o procedimento do hospital.
“Nenhum médico cooperado ou do corpo clínico, está autorizado a realizar tal procedimento Tudo não passa de um golpe”.
O Portal Araraquara Agora acompanha o caso.