Hoje, 16 de julho, é comemorado o Dia do Comerciante. A data foi criada para homenagear esses profissionais, que hoje em dia, ainda caminham em terreno íngreme, por conta da crise econômica.
Superar o momento é um desafio diário para os comerciantes, mas persistir e se reinventar têm sido as fórmulas mais eficientes.
Além da crise econômica, a pandemia mudou drasticamente a vida das pessoas e as formas de trabalho. Apesar dos obstáculos, o empresário Claudio Claudino, proprietário do Galpão Móveis, relembra que esse período foi também de muito aprendizado.
Ele nunca havia presenciado um momento como esse: “Foi uma situação nova, nós nunca tínhamos passado por isso. Em 40 anos de varejo, nunca passei por uma situação como essa”, contou.
Mas com a experiência no setor ele se antecipou diante do problema: “A gente procurou buscar o máximo de informações. Já sabíamos que o momento era de uma ação de guerra”.
O empresário enfrentou a pandemia, trabalhando com três frentes: base tecnológica forte, cuidado com o funcionário e orientação jurídica. Além de buscar as informações com base na ciência.
O primeiro passo foi colocar os funcionários integrantes do grupo de risco para Covid-19 em trabalhos remoto. Da própria casa, o colaborador realizava as vendas.
“Conseguimos rapidamente criar um sistema de venda à distância, aprimorando o serviço já utilizado por meio do WhatsApp. De dez clientes passamos a atender 150”.
Claudio Claudino ainda se adiantou para entender e colocar em prática o decreto de calamidade pública adotado na cidade: “Quando houve a suspensão de contratos, nossa equipe jurídica trabalhou para esclarecer todas as dúvidas. Procuramos ajuda dos sindicatos de classe e o Sebrae para entender o decreto, colocamos em prática sem problemas nem para empresa nem para os colaboradores”, disse.
O marketing também precisou de adaptação: “Não estávamos no marketing place, automaticamente fizemos uma parceria com uma grande rede de lojas e começamos a vender para o Brasil inteiro. Isso abriu outro leque de faturamento para a empresa”.
Mesmo com as adaptações necessárias, o momento foi de enfrentar também o luto: “A pandemia foi dolorosa. Somos uma empresa de Araraquara, cada CPF que a gente excluía doía na gente”.
“Apesar da dor, o aprendizado foi grande e saímos mais fortes”, finalizou.
Se para vender itens do dia a dia já estava difícil, imagina para quem comercializa alimentos. Bares, lanchonetes e restaurantes sofreram muitas perdas durante a crise econômica.
O empresário Eduardo Rodrigues, proprietário da Jet Pizza, explica que ainda é um momento de preocupação, pois ainda existe muita incerteza sobre o futuro.
Eduardo, que sempre arregaçou as mangas, presenciou momentos de aflição, onde eram necessárias medidas rápidas: “Se a gente não abre nosso comércio, a gente não fatura, não paga o aluguel, a luz, a água. Não tem dinheiro nem para sobreviver, muito menos para pagar os colaboradores”, explica.
Mas o empresário nunca deixou de acreditar no seu negócio: “Comerciante tem que ser muito guerreiro. Tem que perseverar, que persistir. Em momentos de crise, tentamos encontrar as oportunidades. Na vida é assim. A gente sacode a poeira, a gente é brasileiro e não desiste nunca”.
Parabéns Comerciantes
E não é fácil enfrentar situações difíceis e pressões frequentes, mas quem tem o “coração de comerciante”, não consegue fazer outra coisa.
Para Eduardo Rodrigues, ser comerciante é doar um pouco de si para o outro: “É ser aquela pessoa que se disponibiliza a doar seu tempo, um pouco da sua vida, para favorecer as pessoas. A gente se sacrifica muito para poder entregar o nosso produto com qualidade. Tem um pouco da gente ali na casa das pessoas”.
O empresário não tem manual de instrução para ter sucesso: “Não tem fórmula mágica para gente alcançar os objetivos e ideais. Eu acredito que é necessário ter Deus na frente, confiança, persistência e perseverança”.
Já o empresário Cláudio Claudino, acredita que ser comerciante é uma dádiva e também uma missão: “Missão porque você tem como objetivo atender as necessidades das pessoas e dádiva porque você recebe essa oportunidade de ficar próximo delas, poder ouvi-las e poder compartilhar seu sentimento com elas”.
Ele carrega um sorriso no rosto, quando fala da escolha da profissão: “Eu amo essa profissão, apesar de ser formado em direito, eu sempre optei em estar com o famoso umbigo no balcão”.
O Portal Araraquara Agora parabeniza os comerciantes, que não medem esforços para garantir o melhor para seus parceiros.