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14/02/2023 às 16h20min - Atualizada em 14/02/2023 às 16h20min

Enfermagem reivindica piso salarial da classe durante manifestação em Araraquara

Classe pode entrar em uma greve nacional a partir de 10 de março caso o piso não seja implementado

Trabalhadores da enfermagem promoveram uma manifestação pelas ruas de Araraquara nesta terça-feira (14). O ato faz parte da mobilização nacional a favor do piso salarial da categoria e terminou na frente da prefeitura, com apoio do Sinsaúde Campinas e Região e também do Sismar (Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região). 

Os trabalhadores lutam pela implementação da Lei do Piso Salarial, em que o salário do técnico de enfermagem, que compõe a grande maioria dos trabalhadores, seria de R$ 3.250. No caso dos enfermeiros, o valor passaria para R$ 4.750. Auxiliares e parteiras receberiam R$ 2375. No entanto, a medida segue suspense pelo Supremo Tribunal Federal (STF), desde setembro do ano passado, com decisão do ministro Luís Roberto Barroso.

Ao Araraquara Agora, o enfermeiro Raimundo Martimiano Fonseca Nunes, um dos organizadores da manifestação e integrante da Organização Nacional "Gigantes da Enfermagem", enfatizou a luta da classe por melhorias na jornada de trabalho. "A enfermagem brasileira hoje está na rua porque vem lutando há mais de 30 anos por reconhecimento salarial. Hoje nós temos uma lei federal aprovada e sancionada, porém suspensa. Já temos uma fonte de custeio e hoje precisamos de uma medida provisória para que esse piso seja liberado", explicou ele. 

Na ocasião, Raimundo cobrou o prefeito Edinho Silva (PT) para o pagamento do piso salarial aos profissionais. "O município é independente. Se ele quiser pagar, ele pode pagar, como nós temos o exemplo de Matão, que já está pagando o piso. Gavião Peixoto já está pagando o piso". O enfermeiro também lembrou do município de Américo Brasiliense, visto que profissionais da vizinha de Araraquara também esteve na manifestação. "Infelizmente a enfermagem sempre deixada de lado, não só aqui em âmbito municipal, mas nacional também", completou ele. 


Durante a manifestação, os profissionais da enfermagem também passaram na frente da Santa Casa e do Hospital São Francisco. Além do piso, os profissionais da enfermagem também reivindicam melhorias no horário de trabalho. 

Durante a manifestação na frente da prefeitura, os profissionais também solicitaram a presença do prefeito da cidade, Edinho Silva (PT), e de vereadores da Câmara Municipal. Guarda Municipal e a Polícia Militar estiveram presentes para acompanhar o ato. 

A suspensão do piso

Na época, Barroso viu um risco de piora na prestação do serviço de saúde principalmente nos hospitais públicos, Santas Casas e hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), já que os envolvidos apontaram possibilidade de demissão em massa e de redução da oferta de leitos.

Ao suspender o piso no ano passado, o Ministro enfatizou a importância da valorização dos profissionais, porém destacou que é necessário se atentar para possíveis impactos negativos da adoção dos pisos salariais, alertando que os poderes Executivo e Legislativo não viabilizaram a absorção dos custos pela rede de saúde. “No fundo, afigura-se plausível o argumento de que o Legislativo aprovou o projeto e o Executivo o sancionou sem cuidarem das providências que viabilizariam a sua execução, como, por exemplo, o aumento da tabela de reembolso do SUS à rede conveniada. Nessa hipótese, teriam querido ter o bônus da benesse sem o ônus do aumento das próprias despesas, terceirizando a conta".

Fórum Nacional

Recentemente, o Fórum Nacional da Enfermagem reuniu entidades do setor de prestação de serviços de saúde, sindicatos nacionais, assessores e funcionários do Ministério da Saúde, para tratar o tema.

No encontro ficou definido que a enfermagem deve iniciar uma greve nacional a partir do dia 10 de março, caso o piso não seja implementado. 


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