"João Duarte morreu porque a Prefeitura não quis gastar dinheiro com contratação de profissionais da Saúde e porque a Justiça não considerou o risco real para a vida dos servidores em sua decisão", destacou.
Ainda de acordo com o SISMAR, a morte do socorrista do Samu era "evitável". "Se o governo municipal tivesse agido para proteger seus servidores, João Duarte poderia seguir salvando vidas depois da pandemia como profissional do Samu". Vale lembrar que a vítima teve dois testes positivos para Covid-19, sendo um em abril e outro recentemente. Agora o caso dele é estudado pelo SESA e pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT-USP).
"Mas, ao menos, sua morte não foi em vão. Duarte pode ajudar a salvar outras vidas mesmo após perder a sua. Depois da tragédia que poderia ter sido evitada, finalmente a Prefeitura de Araraquara pode rever sua posição. (...) O SISMAR está de luto pela morte evitável de João Duarte, se solidariza com a dor da família, e exige providências imediatas de todos os municípios no sentido de evitar mais mortes de servidores", salientou o sindicato.
Diga, Prefeitura de Araraquara
Procurada, a Prefeitura de Araraquara se manifestou sobre a declaração do SISMAR:
A Prefeitura de Araraquara esclarece que assim como estava previsto no decreto municipal nº 12.236, de 23 de março de 2020, que instituiu o estado de calamidade pública, afastou todos os funcionários públicos municipais acima de 60 anos, com exceção, entretanto, dos profissionais dos serviços essenciais, da linha de frente como os da Secretaria de Saúde e Segurança Pública.
A Saúde conta com cerca de 150 profissionais nesta faixa etária, sendo que cerca de 50 desses funcionários foram afastados por atuarem em setores administrativos e os outros 100 profissionais são médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam na linha de frente do atendimento na rede pública de saúde municipal.
Cabe salientar que foram tomados todos os cuidados quanto ao fornecimento de EPI's adequados para o trabalho desses funcionários e treinamentos.
É importante ressaltar que a Prefeitura mantém o diálogo com o MPT desde o início da pandemia para garantir a assistência em saúde e salvar vidas.
Além disso, a Prefeitura de Araraquara também falou sobre o óbito do socorrista do Samu:
A Secretaria Municipal de Saúde de Araraquara informa que um técnico de enfermagem que atuava junto à equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) veio a óbito em decorrência do novo Coronavírus na tarde desta terça-feira (11). Ele estava internado na UTI do Hospital Estadual de Américo Brasiliense.
João chegou a testar positivo para a COVID-19 em abril, porém apresentou somente sintomas leves e conseguiu se recuperar. Voltou a apresentar sintomas e testou positivo novamente em julho, quando precisou ser internado. Depois de alguns dias na UTI, recebendo toda a assistência da equipe médica do Hospital de Américo Brasiliense, que é referência na região para casos de Coronavírus, ele não resistiu e veio a óbito.
Mesmo diante de todos os esforços da Secretaria de Saúde para garantir assistência, EPI´s, treinamento e capacitação para todos os funcionários, infelizmente, ninguém está imune a doença.
Cabe lembrar que o caso do seu João está sendo estudado por universidades, por meio do Serviço Especial de Saúde de Araraquara (SESA), por apresentar a possibilidade de reinfecção pelo vírus.
O prefeito de Araraquara, Edinho, emitiu nota de pesar em suas redes sociais e decretou luto oficial no município. A Secretaria Municipal de Saúde manifestar seus sentimentos de pesar e presta solidariedade aos familiares e amigos.
Prefeitura de Araraquara