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04/06/2020 às 17h33min - Atualizada em 04/06/2020 às 17h36min

Fiscalizações apontam falta de segurança para profissionais da saúde na região

Por Willian Oliveira

Vistorias feitas pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, o Cerest, têm apontado falhas de procedimentos em cidades da região que, segundo avaliação da entidade, colocam em risco de contágio os profissionais que atuam na linha de frente no combate ao novo coronavírus.

A regional de Araraquara é responsável por 24 cidades e em várias delas cuidados com higiene, limpeza, ventilação, treinamento, equipamentos de proteção individual e procedimentos na hora do atendimento ao público estão em desconformidade com o que determina a legislação e os protocolos criados para o enfrentamento da pandemia em todo o mundo. É risco para os profissionais da saúde e, claro, para todo mundo que precisa deles.

“Nossa regional é muito grande, temos mais de uma equipe que visita essas cidades e estamos fazendo o possível para garantir que tudo seja regularizado o mais rapidamente possível. Não dá tempo de conversar e esperar promessas, vivemos um momento crítico em que as prefeituras precisam resolver, caso contrário levamos as denúncias ao Ministério Público do Trabalho”, explica a enfermeira do Trabalho e gerente do Cerest Araraquara Joanita Carnaz Benincasa.

Alguns casos já chegaram ao conhecimento do Ministério Público do Trabalho (MPT), como o das prefeituras de Santa Lúcia, Rincão e Gavião Peixoto. Além da prestação do serviço público, o Cerest faz fiscalização também em unidades particulares de saúde.

Gavião Peixoto

Uma das últimas cidades fiscalizadas foi Gavião Peixoto. Segundo o relatório obtido pelo portal Araraquara Agora, várias irregularidades foram encontradas, como por exemplo, a falta de programa de vacinação para os trabalhadores, funcionários não receberam treinamento sobre o uso adequado de EPIS, falta de máscaras adequadas para áreas de risco, falta de aventais para os profissionais que atuam no Pronto Socorro, problemas de orientação e controle de fluxo para evitar aglomerações entre os pacientes, falta de equipamentos adequados para profissionais que visitam as casas e problemas com a ventilação. A fiscalização também apontou que não há serviços de limpeza durante toda a jornada de trabalho no Pronto Socorro e não há processo adequado na lavagem de roupas contaminadas das unidades de saúde e PS.

Além dessas questões ligadas aos riscos de contaminação, o Cerest também identificou que o PS da cidade está com alvará sanitário e extintores vencidos e problemas com o descarte de lixo infectante.

Fala, prefeito

Segundo o prefeito de Gavião Peixoto, Gustavo Píccolo, a Prefeitura não tem medido esforços para que a cidade consiga enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Apesar dos apontamentos, ele se disse satisfeito com a fiscalização. “É até interessante que eles venham, que apontem o que a gente precisa fazer e melhorar, para que a gente possa atender as pessoas da melhor maneira possível”, disse ele.

Em relação as pendências ele garantiu que o treinamento dos profissionais já começou, seguindo as recomendações do Cerest. As máscaras, que faltavam para os profissionais já começaram a ser distribuídas e são do modelo N95, a mais indicada para esse tipo de situação. O município também afirma já ter comprado os aventais para a atuação dos trabalhadores do PS e que aguarda apenas o fornecedor entregar os EPIs.

Segundo Piccolo as unidades de saúde e de emergência também já passaram por adequações para o controle de fluxo, criação de barreiras físicas onde for necessário e demarcação para orientar as pessoas sobre a distância segura. Questões ligadas a ventilação dos prédios também já estariam resolvidas.

Uma funcionária afirmou para os fiscais do Cerest que teve que pagar do próprio bolso um teste para coronavírus. O prefeito foi enfático ao negar que isso tenha ocorrido e diz que a testagem dos profissionais, quando necessária, é feita pelo município.

Em relação aos serviços de limpeza e descarte de lixo hospitalar o chefe do executivo garantiu que esses problemas também já foram superados. “80% das ações já estão resolvidas e até terça-feira (09) vamos zerar todas as pendências”, afirmou ele.

Fala, Sismar

O Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara (Sismar), tem acompanhado o resultado das visitas na região e cobrado as ações do poder público. Em relação a cidade de Gavião Peixoto, a secretária da entidade, Isabel Dias, disse que o problema não é de hoje. “Já tem uma denúncia no Ministério Público que trata desse assunto e após isso podemos tomar outras providências. Já levamos essas reclamações para o prefeito, já fomos várias vezes lá e estamos atentos”, alerta ela.

Santa Lúcia

Em Santa Lúcia a fiscalização do Serest também encontrou algumas falhas de procedimento. A Prefeitura foi notificada e o Ministério Público informado. Procurado, o prefeito da cidade, Luizinho Noli, afirma que os problemas estão sendo corrigidos. “Todas as situações apontadas nós estamos procurando resolver. A maioria era fácil de resolver e já foram. Outras precisamos fazer compras e também já compramos. E questões ligadas a organização e limpeza também estão sendo adequadas. Acredito que 80% dos apontamentos já foram resolvidos”, garante o prefeito.

Araraquara

A equipe de fiscalização do Cerest também tem visitado as unidades de Saúde Araraquara. Na cidade, segundo Joanita Carnaz Benincasa, várias medidas já foram adotadas pela Prefeitura para regularizar algumas pendências identificadas. “As 3 UPAs foram verificadas. A UPA da Vila Xavier precisava de algumas adaptações e elas já começaram, a UPA Central também”, explica a gerente do Cerest.


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