Servidores públicos realizaram nesta manhã (11), uma manifestação em frente à Prefeitura de Araraquara. Os trabalhadores paralisaram as atividades por 24 horas, contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo executivo. A paralisação foi definida na última assembleia, realizada no dia 08 de abril.
A paralisação teve grande adesão dos servidores da educação. Uma trabalhadora carregava uma faixa: “Hoje não tem aula na escola. MOTIVO: professora em LUTA”.
Após a manifestação, uma assembleia decidiu em "esperar uma nova proposta da Prefeitura, caso contrário, hávera greve geral a partir da próxima segunda-feira (18). Nesta terça-feira (12), os trabalhadores retornam ao trabalho normalmete. "A gente deliberou que até quinta-feira (14), se o prefeito não fizer uma contraproposta, é greve geral do funcionalismo. Está na mão do prefeito", disse o presidente do SISMAR, Gustavo Jacobucci.
“5% não dá. Subiu o gás, subiu o pão. Só o salário do servidor que não”, dizia Sindicato em live nas Redes Sociais.
Reajuste
A Prefeitura havia divulgado na semana passada um reajuste de 14,65%, porém na prática seria apenas um aumento de 5%.
Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (SISMAR) da proposta da Prefeitura, apenas dois itens valem para todos os servidores:
“Os outros 7 pontos da proposta da Prefeitura contemplam um ou outro grupo e dizem respeito a leis federais e ao PCCV, legislações que já devem ser cumpridas independente de discussão de data-base”, afirma o SISMAR.
Ainda de acordo com o Sindicato “a proposta da Prefeitura é de reajustar os salários em apenas 5%, sendo que a inflação desde o último reajuste foi de 20%”.
“Não permitir salários abaixo do mínimo, cumprir o que ele mesmo inventou no PCCV e pagar corretamente o piso salarial nacional de profissionais é obrigação do poder público, não tem motivo para debater isso na data-base”.
Os servidores reivindicam aumento real de 14% acima da inflação acumulada, além de política de reposição de perdas acumuladas entre maio de 2015 e janeiro de 2022.
A categoria ainda busca o aumento no vale-alimentação para R$ 840 e a ampliação no prêmio assiduidade para R$ 200.
Prefeitura
A Prefeitura divulgou uma nota justificando o reajuste apresentado aos servidores.
“O município teve R$ 3 milhões sequestrados pelo Tribunal de Justiça por conta dos débitos com precatórios. A ordem judicial é para sequestrar R$ 9 milhões apenas no primeiro semestre. Já há medidas para outra ordem judicial para sequestro de mais R$ 9 milhões no segundo semestre. Somente em 2021, a prefeitura pagou R$ 48 milhões em precatórios. Nesse ano, o Município terá que quitar outros R$ 40 milhões. Só com verbas advocatícias, o valor das despesas é por volta de R$ 9 milhões de recursos públicos, o que torna a gestão municipal praticamente inviável.
Ainda em 2021, a Prefeitura arcou com R$ 90 milhões de recursos próprios no enfrentamento à pandemia. Uma escolha correta para salvar vidas. Esse investimento precisará ser incorporado ao orçamento municipal no próximo período, já que não existia previsão orçamentária para tamanha despesa imposta pela Covid-19.
"Diante desse quadro, de profundo ônus aos cofres municipais, não há espaço para nenhuma proposta financeira além da apresentada pela Prefeitura de Araraquara. Mesmo assim, ela só poderá ser incorporada ao fluxo de caixa da prefeitura ao longo dos próximos meses”, diz a nota.
Reajuste abaixo de 20% é perda para os servidores
O Sindicato ainda afirma que o reajuste abaixo dos 20% é perda salarial para os trabalhadores. “5% é piada, prefeito. Os servidores não vão aceitar. Este é o maior ato dos servidores dos últimos 10 anos”, diz SISMAR.
Veja as fotos:
.jpeg)
.jpeg)
