Por Willian Oliveira
Ulisses Rodrigues, de 61 anos, viu sua vida virar de ponta cabeça depois que ficou desempregado. Separou-se da mulher ainda em 2019 e no começo do ano ficou sem ter onde morar. Desde o dia 19 de janeiro ele passou a viver na Casa Transitória de Araraquara. No final da semana passada, no entanto, a direção do espaço o obrigou ir embora.
Na rua, na época mais fria do ano, e em meio a pandemia do novo coronavírus, ele teme por sua vida. “Sou um homem digno, morador dessa cidade há décadas e no momento que mais preciso sou jogado na rua. Não sou morador de rua, mas vou virar porque não tenho amparo. E minha saúde como fica, quem garante?", indaga ele.
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Procurada, a Prefeitura de Araraquara informou que tem buscado ajudar Ulisses desde que ele deu entrada na rede de assistência “esse morador estava sendo atendido provisoriamente na Casa Transitória enquanto aguardava a liberação de uma vaga em uma das casas de acolhimento para idoso do município. O setor conseguiu uma vaga no Recanto Feliz, porém o munícipe não aceitou e afirma que deseja ficar na Vila Dignidade”, diz a nota.
Para Ulisses, que hoje não tem nada, a Vila Dignidade seria ideal porque o local é adaptado e mobiliado para recebê-lo, no Recanto Feliz ele precisaria mobiliar todo o espaço. “De onde eu vou tirar dinheiro pra comprar fogão, geladeira, cama, eu não tenho nada disso e nem de onde tirar”, lamenta Rodrigues.
Apesar da primeira negativa, a Prefeitura informa que a vaga dele ainda está garantida. “Todos os encaminhamentos foram feitos e a Secretaria o aguarda para dar entrada e ser acolhido no Recanto Feliz.”
A Prefeitura reforça ainda que apesar de prestar assistência, Ulisses têm família em Araraquara e a legislação diz que ela é obrigada a cuidar do idoso.
Quem quiser ajudar o idoso o telefone dele é (16) 98857-1610