11/07/2022 às 10h05min - Atualizada em 11/07/2022 às 10h05min

Entenda a importância do tratamento fonoaudiólogo no combate ao ronco e a apneia do sono

Fonoaudióloga explica as principais causas e sintomas da condição e alerta para as consequências no organismo

Ilustração/ Pixabay

O estreitamento ou obstrução nas vias aéreas superiores durante o sono é responsável por dificultar a passagem do ar nessas estruturas, o que consequentemente provoca a vibração conhecida como o ronco.

 

De acordo com a fonoaudióloga Andressa Alda, o ronco pode até mesmo ser um sintoma da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), uma patologia caracterizada por parada respiratória com duração de, pelo menos, dez segundos nos adultos, e dois ou três segundos nas crianças.

 

O sintoma pode ser considerado normal quando a pessoa está dormindo de costas, por exemplo, já que a musculatura da garganta fica mais flácida e a língua cai um pouco para trás. Porém, deve ser maior motivo de atenção caso a sua classificação seja patológica, ou seja, quando ocorrem grandes vibrações e ruído intenso.”



Em quadros mais leves, a especialista indica que o ideal é buscar um controle dos fatores de risco e da posição de dormir. Para obrigar-se a dormir de lado, uma boa estratégia é costurar um bolso nas costas de uma camiseta e colocar dentro dele uma bolinha de tênis. Um aparelho intraoral feito por dentista especializado também ajudará a manter a boca fechada e projetar a língua um pouco para a frente durante a noite”, orienta.


Nos casos graves, a melhor indicação é um equipamento chamado CPAP, que além de melhorar as crises de ronco, também afasta o risco de problemas cardiovasculares e de hipertensão.


Com a ajuda de uma fonoaudióloga ainda será possível a realização de exercícios miofuncionais orofaciais, que contribuem para a remodelagem da via área superior, aumentando sua permeabilidade durante o sono e propiciando o reposicionamento dos tecidos moles da cavidade orofaríngea.

 

Essas atividades também adaptam a postura habitual da língua, reduzem a altura e largura da base da língua e reorganizam o tônus dos músculos da boca e da garganta, buscando diminuir os episódios respiratórios obstrutivos durante o sono.”

 

Outra forma de tratamento cada vez mais popularizada é a possibilidade de realizar um exame em domicílio, com a ajuda de um aparelho chamado Biologix. Através do dispositivo será possível fazer uma triagem que avalie o ronco e a apneia, processo denominado Polissonografia tipo IV. Lembrando que também existe a Polissonografia tipo I, feita em clínicas, em espaços preparados para que o paciente possa dormir, e que fornecerá uma avaliação ainda mais completa da situação.
 


Demais causas e grupos de risco


Além da flacidez nos músculos da boca e da garganta, o problema pode surgir devido a diversos outros motivos, como: amídalas e adenoides hipertrofiadas; desvio de septo; pólipos no nariz; palato em forma de ogiva; rinite, sinusite e obstruções nasais; palato mole e úvula aumentados; queixo retraído; ou por razões naturais ao envelhecimento.


A especialista também alerta que, quando a apneia ocorre repetidamente, a principal consequência é a redução da oxigenação do sangue, que pode resultar em graves danos ao organismo, como considerável aumento do risco de hipertensão, diabetes, depressão, doença arterial coronariana e até mesmo em morte por infarto ou derrame.


Já o principal grupo de risco a ser atingido pela apneia obstrutiva do sono é o de homens obesos de meia-idade. Nesses indivíduos, a doença pode causar ou agravar quadros de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial sistêmica, arritmias, infartos e insuficiência cardíaca congestiva. Porém, na maioria das vezes, um tratamento multidisciplinar contra a apneia é suficiente para redução e controle da pressão arterial.


Entretanto, há situações em que cirurgias ou cauterizações se fazem necessárias para corrigir os elementos que geram a obstrução, como os que estão associados às alterações das amídalas e adenoides. O que reforça ainda mais o papel do fonoaudiólogo para lidar com essa condição, a fim de que seja feito um correto diagnóstico e eficiente tratamento na recuperação ou preservação da qualidade de vida do paciente”, comenta Alda.

 

 


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