A sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI), realizada no mês passado, divulgou um alerta para a possível volta da poliomielite no Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2022, a cobertura vacinal para a doença ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para impedir a circulação do vírus.
A infectologista e clínica geral Dra. Ana Rachel Seni Rodrigues explica que a doença, erradicada no Brasil desde 1989, apresenta sérios riscos a saúde das crianças e precisa ser constantemente combatida.
“Embora alguns pacientes sejam assintomáticos, a poliomielite pode causar manifestações neurológica graves, como paralisia e até mesmo a morte. Os principais sinais para se manter atento são febre, mal-estar, dor de cabeça, vômitos, diarreia, constipação, espasmos e rigidez na nuca”, comenta Dra. Ana Rachel.
A enfermidade afeta principalmente as crianças menores de cinco anos e em suas formas mais severas pode causar ainda:
Diante desse cenário, a especialista destaca que a vacinação sempre será a melhor maneira de prevenir a infecção, que pode ser transmitida de pessoa para pessoa via fecal/oral ou, menos frequentemente, por água ou alimentos contaminados.
O Calendário Nacional de Vacinação estipula três doses injetáveis, que devem ser administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, e mais dois reforços orais, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
“Lembrando que a vacinação, além de uma proteção individual, também fornece proteção coletiva para todos aqueles que, por algum motivo, não podem se vacinar ou não conseguem desenvolver a imunidade necessária para evitar a doença. Todos os imunizantes em circulação no Brasil são seguros, previamente testados e constantemente reavaliados e atualizados”, afirma Dra. Ana Rachel.
A Dra. Ana Rachel de Seni Rodrigues é médica infectologista, mestre em microbiologia e especialista em controle de infecção relacionada à saúde.
Atualmente, atua como diretora técnica de saúde I do Hospital Nestor Goulart Reis, onde também trabalha como médica assistente na Enfermaria de tratamento de Tuberculose Multirresistente, atua também no Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Saúde (SCIRAS) da Maternidade Gota de Leite e Hospital São Francisco de Araraquara e no Ambulatório de Infectologia Geral da Vigilância Epidemiológica de Américo Brasiliense.