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07/05/2021 às 10h35min - Atualizada em 07/05/2021 às 10h35min

Pessoas morrem na fila por UTI mesmo com leitos disponíveis em hospitais da região

Dois moradores de Boa Esperança do Sul foram vítimas da doença e aguardavam transferência

Por Rian Fernandes
Imagem: Santa de Casa de Boa Esperança do Sul/ Rian Fernandes
Boa Esperança do Sul registrou nesta semana dois óbitos por decorrência do coronavírus de vítimas que transferência para hospitais de referência da região. No entanto, os pacientes morreram esperando, sendo que na região, como em Araraquara, os leitos não estão 100% ocupados. 

Na terça-feira (4), um jovem de 18 anos foi uma das vítimas da doença na cidade. O rapaz estava internado na Santa Casa da cidade e aguardava vaga em hospitais da região. Já nesta quinta-feira (6), uma mulher de 59 anos também faleceu aguardando por uma vaga em hospital da região. A família da paciente, inclusive, chegou a confirmar que ela esperava há dias por uma transferência. 

Ambos os casos aconteceram com leitos disponíveis na região, visto que na cidade de Araraquara, por exemplo, a ocupação dos leitos não chega a 100% de ocupação. É verdade que a ocupação esteja em cerca de 90%, mas não lotados em sua totalidade. 

As transferências nestes casos não são de responsabilidade do município, mas sim de um sistema do governo estadual denominado Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde). O sistema realiza a distribuição dos vagas para as vagas de atendimento nas áreas hospitalar e ambulatorial em todo o território paulista. Assim, os pedidos de transferências são priorizados e monitorado pelos profissionais da central, que considera locais com disponibilidade e capacidade para atender cada caso. Com isso, questionamentos o governo estadual sobre pessoas estarem aguardando por vagas sendo que existiriam leitos disponíveis na região. 

No caso do jovem de 18 anos e da mulher de 59 anos, o governo estadual informou que ele "tinha quadro clínico delicado, com histórico de comorbidades, como obesidade e diabetes. Estava assistido no serviço de origem, mas evoluiu negativamente para óbito em cerca de 24h. A equipe médica da Central também monitorava o caso da Sra. Aparecida Parizoto de Souza, que apresentou piora do quadro renal e foi mantida pelo próprio serviço de origem para estabilização, no entanto, não evoluiu para que houvesse condições de transferência". 


Prefeitura lamenta as mortes

Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Esperança do Sul lamentou as duas mortes e disse que tentou por diversas vezes a transferência dos pacientes. Veja abaixo: 


A Prefeitura de Boa Esperança do Sul lamenta as duas mortes e se solidariza com as famílias. São duas pessoas jovens que tiveram suas vidas abreviadas por um vírus que segue levando dor e sofrimento no mundo todo.

Ao longo do período de internação dos pacientes o município tentou por diversas vezes interceder em favor da transferência para unidades de terapia intensiva da região.

Infelizmente, a regulação de vagas não é feita pela cidade, tão pouco pelos hospitais da região. O sistema Cross faz o controle das vagas e a liberação depende exclusivamente dele quando há indicação médica para tal.

A Prefeitura segue acompanhando a situação do coronavírus na cidade e orienta os moradores a seguirem os protocolos se segurança e o distanciamento social.


Explicação do governo estadual na íntegra
 

A Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross) esclarece que ambos os casos eram extremamente graves desde o momento do registro em sistema. As buscas foram iniciadas imediatamente para os pacientes, que evoluíram negativamente antes mesmo da possibilidade de transferência. 
 

O paciente Adrian Vicente dos Anjos tinha quadro clínico delicado, com histórico de comorbidades, como obesidade e diabetes. Estava assistido no serviço de origem, mas evoluiu negativamente para óbito em cerca de 24h.
 

A equipe médica da Central também monitorava o caso da Sra. Aparecida Parizoto de Souza, que apresentou piora do quadro renal e foi mantida pelo próprio serviço de origem para estabilização, no entanto, não evoluiu para que houvesse condições de transferência.
 

Leitos
 

No decorrer da pandemia, o SUS da região de Araraquara dobrou a sua capacidade para assistência a pacientes graves da doença, ampliando a operação de 178 para atuais 496 leitos, incluindo a ampliação de 18 para 128 leitos de UTI na região. 
 

Hoje (6) a taxa de ocupação na região de Araraquara está em 93,5% em UTI e 59,6% em enfermaria. Seguir os protocolos de prevenção da COVID-19 segue essencial para evitar que mais pessoas adoeçam e necessitem de cuidado hospitalar.
 

Fluxos
 

A Central de Regulação estadual apoia na assistência e funciona 24 horas por dia como mediadora entre os serviços de origem. Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso. Nenhuma negativa parte deste serviço, que é apenas intermediário. Cada solicitação é avaliada por médicos reguladores, sendo crucial a atualização do quadro clínico, estabilização e deslocamento seguro do paciente. A regulação depende da disponibilidade de leitos e de condição clínica adequada para que o paciente seja deslocado com segurança até o hospital de destino. 


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