Foto/Reprodução: Redes sociais A grávida de 27 anos que faleceu por decorrência do coronavírus em Araraquara procurou atendimento por uma semana antes de ser internada ser vítima da doença. A denúncia foi feita pelo marido da mulher e o caso será investigado.
"Faz 7 dias seguidos que estou indo na UPA com ela, desde quando ela descobriu que tava com Covid", disse o marido da mulher em um áudio veiculado no Jornal da Morada.
Uma sindicância foi aberta para investigar a morte da mulher diagnosticada com coronavírus. Ela foi submetida a uma cesárea, teve complicações por conta da doença e morreu. A criança passa bem, após o parto ser adiantado.
De acordo com Eliana Honain, em entrevista ao programa de rádio, a denúncia foi recebida antes mesmo da mulher ir a óbito. "É uma perda irreparável. Parece que ela é mãe de mais algumas crianças, era o terceiro filho. Ficamos todos abalados".
De acordo com Eliana, não foi o primeiro caso de gestante diagnosticada com a Covid-19 em Araraquara. "Não foi o primeiro, outros, inclusive que fizemos parte de urgência, saíram [da quarentena]". Conforme esclareceu, o atendimento para as grávidas deve ser avaliado caso a caso. "Não existe um protocolo. Isso é critério médico. A gente tem algumas indicações, por exemplo, de casos de pacientes que têm risco maior".
No entanto, apesar de não existir um protocolo específico, a secretária de Saúde disse que
a mulher demonstrava evolução da doença e
agora haverá uma investigação para analisar o motivo dela não ter sido internada. "Mas pelo que a gente viu, ela vinha evoluindo nos exames. Agora, a gente reforça que esses casos é muito melhor que a pessoa fique internada. Apesar que muitas vezes a gente não tem a adesão do paciente. Mas não é o caso específico dela. A gente vai analisar realmente porque que não foi recomendada a internação prévia.
A secretária de Saúde, durante a explicação, também reforçou que não tinha problemas com leitos de enfermaria para que acontecesse a internação prévia.
Entenda o caso A Maternidade Gota de Leite abriu um procedimento administrativo para investigar a morte de uma mulher diagnosticada com coronavírus. Ela foi submetida a uma cesárea, teve complicações e morreu. A criança passa bem.
Segundo a Fundação Municipal Irene Siqueira Alves – Vovó Mocinha (Fungota), que administra a maternidade, a publicação nos Atos Oficiais da abertura de Sindicância será feita nesta terça-feira (29).
Devem ser apuradas as condições e circunstâncias de atendimento à paciente Laisa Maria da Silva Santos na Unidade de Referência Covid da Vila Xavier (UPA VX), em virtude de reclamações registradas por familiares.
A paciente, gestante de 8 meses e 10 dias diagnosticada com Covid-19, após passagens pelo pronto-atendimento na UPA VX, foi submetida, no domingo (27), ao parto cesárea na Maternidade Gota de Leite. Segundo o hospital, durante o parto não houve qualquer intercorrência materno-infantil no procedimento. “O bebê encontra-se assistido na maternidade e em boas condições clínicas”, diz a nota enviada pela Fundação.
Ainda segundo a Fungota, em razão de sua condição de paciente positivada para Covid-19, a mãe foi encaminhada ao serviço hospitalar de referência Covid-19, o Hospital de Campanha (leito UTI), mas não resistiu nesta segunda-feira, dia 28 de junho, quando houve piora no quadro clínico.
“A Prefeitura e a Fungota lamentam muito o ocorrido, se solidarizam com a família e reforçam que os fatos serão devidamente apurados e, se houver negligência comprovada nos atendimentos prestados, os envolvidos serão responsabilizados e punidos”, conclui a nota.