Flávio Maluf durante sessão solene na Câmara de Trabiju - Imagem/Divulgação: Câmara de Trabiju Clique aqui e leia também: Lupo faz cadastro para vagas futuras em Araraquara Entre em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) A inauguração de uma nova fábrica foi anunciada pelo industrial Flávio Maluf, responsável pela empresa PremieRpet, em Dourado. Com investimento milionário, que consumiu R$ 170 milhões na primeira fase, a ampliação deverá ser de fato aberta em janeiro.
O anúncio de Maluf foi feito na última semana, durante discurso em uma sessão solene da Câmara Municipal de Trabiju, em que o próprio industrial recebeu uma homenagem com o Título de Cidadão Honorário de Trabiju. De acordo com ele, a nova fábrica deve gerar aproximadamente 100 empregos diretos e 100 indiretos, sendo que cerca de 50 pessoas já foram contratadas. "Nós estamos inaugurando daqui 2 meses mais uma fábrica. Uma fábrica que consumiu R$ 170 milhões de investimento na primeira fase. Ela deve gerar próximo de 100 empregos diretos e 100 indiretos. Nós já começamos a contratação. Já tem perto de 50 pessoas e na medida que a fábrica partir a previsão é chegar nas 100 pessoas. A previsão de partida dela é em janeiro. Vai gerar mais progresso na região, mais dignidade e é isso que a gente quer", disse Flávio Maluf.
Além de anunciar a inauguração da nova fábrica e o investimento milionário feito, Maluf também contou curiosidades e falou sobre a carreira, seus negócios, o mercado econômico e aparições políticas, além é claro da homenagem recebida.
Uma curiosidade contada pelo industrial, que tem a PremieRpet, empresa de importância regional que fica em Dourado, é que ele quase criou uma fábrica em Trabiju. "Eu quase fiz a fábrica aqui [em Trabiju]. Quase. Eu tenho até um prédio do começo dela aqui. Aí eu achei que ia ficar pequeno, porque o terreno era inclinado. Não ia dar para fazer direito. Aí acabei fazendo do outro lado de lá, que era a pista que pegava dos dois lados".
Também falando sobre sua fábrica, Maluf destacou que a PremieRpet está fazendo 25 anos e demonstrou esperança dela continuar fazendo história. "Eu já estou na segunda geração. Já tenho pais e filhos que hoje trabalharam lá, já estão começando. Alguns começaram como estagiários e outros como jovem aprendiz. [...] enfim, a gente vai fazendo história. E quem sabe se a gente conseguir chegar nos 70 anos, a gente vai ter muito mais história para poder contar".
E é claro que um empresário como Flávio Maluf não poderia deixar de contar algumas das experiências de empreender no Brasil. Ele até mencionou a possibilidade de haver mais uma crise, desta vez, já em 2022. "Não é uma coisa fácil. O Brasil, ele é realmente difícil. Você tem anos bons e tem anos ruins. Tá parecendo que nós vamos ter uma crise em 2022. Tivemos em 2020, com a pandemia, muitas empresas da área de serviço passaram por momentos muito dificisies que estão voltando agora. Alguns setores industriais também", comentou.
Apesar de falar em uma "crise" causada pela pandemia do coronavírus, o empresário ressaltou que seu setor de atuação não teve uma, porém passou por complicações. "O nosso setor, o de petfood, ele não teve uma crise, mas ele teve várias dificuldades de abastecimento, matéria prima, embalagem... até hoje a gente continua com problemas, não só de abastecimento, como de custo. Os custos hoje subiram muito. A economia está globalizada. Então quando sobe alguma coisa lá, a pessoa que está produzindo aqui, exporta para lá e o preço sobe aqui".
O começo, o sucesso da PremieRpet e o desafio de um mercado competitivo
Como explicou em seu discurso, sua vida de industrial começou pequena, com o sonho de fazer um negócio para os filhos. Parte de sua carreira foi na Eucatex, empresa que, de acordo com ele, é de capital aberto e que conta com milhares de sócios. "São aqueles que compram as ações e que acreditam na gestão nossa. Estou fazendo 35 anos de carreira na Eucatex. Muito do que eu aprendi lá fez parte do sucesso da Premier [PremieRpet]".
Com os anos de carreira e o sucesso como obtido como industrial, Maluf deixou claro o sentimento de orgulho e enalteceu o tamanho dos negócios. "A gente hoje, como industrial, estamos muito orgulhosos. Nós somos hoje a maior empresa do Brasil. Competimos com as multinacionais de igual para igual. Temos diversos trabalhos com universidades que nós apresentamos lá fora e hoje somos reconhecidos. Então, é uma coisa que dá muito prazer".
Ao falar justamente sobre a competição que envolve o mercado, Flávio Maluf esclareceu que o Brasil tem hoje cerca de 200 empresas de ração, ou seja, 200 concorrentes. "Todo tipo de negócio hoje tem uma competição, ele exige que você trabalhe de maneira de eficiente, exige que você distribua o produto de maneira eficiente. Todo dia você está sendo desafiado".
E apesar da concorrência existente dentro do mercado econômico, a PremieRpet está entre as mais renomadas do ramo no país e conta, conforme frisou Maluf, com 1.100 colaboradores, fora os indiretos. O restaurante da fábrica, por exemplo, não é da empresa, mas sim terceirizado. O mesmo acontece com o transporte. "A gente fica muito orgulhoso, porque a empresa, como um todo, cada um tem sua função".
Ainda como enfatizou o industrial, a PremieRpet é motivo de orgulho, visto que saiu do zero. "Eu não comecei com alimento de cão, eu comecei com ração de frango. Tive muitas alegrias, tive muitas tristezas também, mas não desisti. A mensagem que a gente tem que fazer é: se você desistir, você pode não ter uma segunda oportunidade, e muitas vezes a oportunidade aparece e, se você não tiver pronto para pegar ela, você também perdeu", revelou e aconselhou Maluf.
Entre os empregos gerados para a Comarca de Ribeirão Bonito, Maluf apontou que a consideração dos funcionários é grande. "Nós temos 95% de aprovação na empresa de pessoas que acham que a empresa é correta, que a empresa é justa e que as pessoas têm orgulho de trabalhar". E todo o reconhecimento dos colaboradores é notório mesmo em uma indústria em que o ritmo de produção não para. "Hoje nós estamos trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Já faz mais de 1 ano que nós trabalhamos todos os dias", lembrou Flávio.
A política, a necessidade de apoio dos municípios e a gratidão pela homenagem
Como já de conhecimento de muitos, Flávio Maluf é filho de Paulo Maluf, que já foi prefeito de São Paulo, deputado federal, governador de São Paulo e outros cargos. Apesar da carreira política do próprio pai, o industrial deixou claro que procura ser "apolítico".
Apesar disso, ele já chegou a apoiar algumas campanhas políticas, como fez na campanha do atual prefeito de Dourado, Gino Torrezan (PL). "A gente procura também ser apolítico. A gente entrou na campanha do Gino porque realmente o município precisava de uma mudança e a gente acreditou que para trazer desenvolvimento social você tem que ter espírito público. E não é sempre que você tem espírito público em todas as pessoas. De vez em quando a gente entra", confessou Maluf.
Apesar da preferência política em alguns casos, o industrial salientou que não há escolha na dentro da empresa. "Na empresa a gente não escolhe. Trabiju, se puder ter amanhã 100 colaboradores, nós queremos. O que queremos é gente para seguir carreira e gente que possa contribuir. Toda contribuição é valiosa". Maluf ainda reforçou a importância dos municípios ajudarem na qualificação dos moradores, para as cidades tenham maior atração de empregos. "As pessoas é que fazem a diferença na empresa. A gente precisa muito que os municípios ajudem a qualificar as pessoas. Quando a gente abre uma seleção, a gente não olha se a empresa é de Dourado, se a empresa é de Trabiju. A gente olha se a gente tem condução para poder pegar. [...] É muito importante que o município saiba que para atrair empresa ele tem que também ajudar a qualificar as pessoas. [...] Não depende de mim ajudar o município. Depende de vocês [gestores públicos] poderem ajudar o município a crescer".
E obviamente que em uma sessão solene feita somente para homenageá-lo, Maluf não deixou de agradecer o título recebido pelo Legislativo trabijuense. "Essa homenagem ela é muito importante, porque eu não estava esperando. A gente não faz as coisas para ter um reconhecimento", realçou.
Flávio Maluf durante sessão solene na Câmara de Trabiju - Imagem/Divulgação: Câmara de Trabiju 
