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07/06/2020 às 18h38min - Atualizada em 07/06/2020 às 19h04min

Clint Eastwood: o mito que sobreviveu ao faroeste

Por Guilherme Jorge da Silva

Sempre achei o Clint Eastwood um ator limitado.

Independente disso, é um mito do cinema mundial. E com razão. Os serviços prestados à sétima arte são incontestáveis e sua figura se confunde com a própria história do cinema. Como diretor, sempre achei excepcional. Ele aprendeu direitinho com seus mestres.

Os três grandes diretores que colocaram o Far West cinematográfico em outro patamar são: John Ford (o homem do tapa-olho), Sérgio Leone (com os Westerns Spaghetti) e Howard Hawks. Verdade seja dita: Os melhores faroestes foram feitos por um italiano de nome e sobrenome: Sergio Leone. Só a trilogia dos dólares vale por mais da metade do que foi produzido nesse estilo de cinema.

Mas vai dizer isso para um Americano.

O Gênero já não existe mais. Igual os musicais, foi morto e sepultado entre 1970 e 1980, quando um bando de cineastas novos chutou a porta de Hollywood - Coppola, Scorsese, De Palma, Polanski, Spielberg, George Lucas, dentre outros. Vez ou outra temos alguma coisa bem fraquinha e meia boca que coloca esse tipo de filme no radar. E não, "Onde os Fracos não tem vez" não chega nem perto de um punhado de filmes do Hawks ou do Ford. É preferível a comparação do vilão com o beiçola da grande família.

Clint percebeu isso e conseguiu se reciclar e se renovar, o que demonstra ainda mais sua genialidade profissional. No início dos anos 1990 filma o "último canto do cisne" do velho oeste: Os Imperdoáveis, reunindo elenco virtuoso (além dele mesmo, temos Morgan Freeman e Gene Hackman) e domínio ímpar na direção. Conta a história de um assassino que encontrou a redenção com a mulher recém falecida e é chamado para vingar uma prostituta talhada por um cliente.

Presta-se uma grande homenagem aos mestres com um filme impecável cheio de referência aos clássicos. O que surpreende é a visão madura, moderna e realista daqueles heróis criados nos anos 1940 e 1950 e que ficaram no imaginário popular. Para além, Eastwood faz uma crítica moral e uma revisão histórica de toda simbologia criada. Não há glamour, não há coragem em se matar um homem. Inexiste o "herói sujo" de bancada de bar tomando seu bom e velho Whisky.

Assim, o filme tem de tudo absoluto e extraordinário. A sequência final é uma OBRA-PRIMA que poderia estar exposta no MoMa sem grandes problemas. Por isso, aproveitem a quarentena e visitem essa perfeição em forma de película - como uma forma de louvação ao estimado Clint, com seus recém completados 90 anos!

Os Imperdoáveis está disponível na Globoplay.

 


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