Caso MEC: Manoel é convidado a depor no Senado Federal

Requerimento foi aprovado para convidar o prefeito de Boa Esperança do Sul e outros a depor sobre denúncias de corrupção no Ministério da Educação

O prefeito de Boa Esperança do Sul, José Manoel de Souza, foi convidado a depor e prestar esclarecimento sobre denúncias de corrupção no Ministério da Educação. A divulgação foi feita nesta quinta-feira (31), pelo Senado Federal. O depoimento será feito para a Comissão de Educação. 

Além de José Manoel de Souza, conhecimento como Manoel do Vitorinho, outros prefeitos também foram convidados para prestarem esclarecimentos.O autor dos pedidos, o senador Randolfe Rodrigues, destacou que nem todos necessariamente serão chamados, pois serão priorizadados quem "corajosamente se dispuseram a enfrentar esse esquema de corrupção", como disse. 

Além de José Manoel de Souza, também foram convidados os prefeitos de Rosário (MA), Sr. Calvet Filho; Prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga; Prefeito de Guarani D’Oeste (SP) Nilson Caffer; Prefeito de Três Corações (MG) - Reinaldo Vilela Paranaíba Filho; Prefeito de Anajatuba (MA), Sr. Helder Aragão; Prefeito de Centro Novo (MA), Sr. Junior Garimpeiro; e Prefeita de Bom Lugar (MA), Sra. Marlene Miranda.

O requerimento que convida José Manoel de Souza para prestar esclarecimentos pode ser consultado no site do Senado Federal (clique aqui).

É possível conferir o relato feito pelo prefeito de Boa Esperança do Sul, José Manoel de Souza, em uma outra matéria produzida pelo Araraquara Agora (clique aqui).

O não comparecimento de Milton Ribeiro

O ex-ministro Milton Ribeiro tinha uma audiência pública prevista para esta quinta-feira (31), porém o seu não comparecimento fez com que a Comissão de Educação debatesse a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure as denúncias feitas de tráfico de influência no Ministério da Educação. 

Além dos convites feitos para prefeitos que supostamente teriam recebido propostas de participação em um esquema de corrupção na pasta, também foi aprovado requerimento para ouvir o ministro interino, Victor Godoy Veiga. 

O senador Randolfe Rodrigues, um dos autores do requerimento para que Ribeiro prestasse informações, afirmou que a ausência "equivale a uma assimilação de culpa", caso o ex-ministro não traga explicação para o que qualificou de "desavergonhado tráfico de influência, o mais explícito da história desta República": "Este Senado não pode e não será desmoralizado. Não restará, diante deste gravíssimo desrespeito, senão a instalação de uma CPI", advertiu Randolfe.

Vale mencionar que Milton Ribeiro pediu demissão do Ministério da Educação na segunda-feira (28), depois de um vazamento de áudio em que levantou a suspeita de priorização de interesses de um pastor no repasse de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Prefeitos também chegaram a relatar que receberam um suposto pedido de propina por parte de pastores para a destinação de recursos do MEC para municípios. 

Em nota divulgada à imprensa na época, Milton Ribeiro disse não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo o então ministro, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária.

"Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, disse o então ministro na nota.