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10/08/2023 às 18h37min - Atualizada em 10/08/2023 às 18h37min

DIG de São Carlos recebe informações sobre possível paradeiro de Anelize e Maria Elizabeth

Mãe e filha são acusadas de mandar matar manobrista no ano de 2006; o crime que chocou a região e o Brasil foi exibido no programa "Linha Direta" em julho deste ano

Direto da Redação
Foto: Reprodução/São Carlos Agora
No último dia 06/07, o programa "Linha Direta", transmitido pela Rede Globo, exibiu a história do crime macabro cometido Anelize Matteoci Loperlongo, que na época tinha 25 anos e sua mãe, a oficial de Justiça aposentada Maria Elizabeth Metteoci, 56. Elas foram as mandantes do assassinato do manobrista Ricardo Luis Antunes da Silva. O crime ocorreu em 2006 e desde então estão foragidas. 

Após a veiculação do programa, a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima, supostamente vinda de uma mulher, que indicava o possível paradeiro de Annelize. Segundo a informação, Annelize estaria residindo na Rua Santos, no Bairro Agenor de Campos, em Mongaguá, Litoral sul de São Paulo. Contudo, a denúncia também afirmava que a suspeita teria fugido do local pouco antes do final do programa, em um veículo de cor escura.

Diante dessas informações, uma equipe da DIG de São Carlos, com apoio de policiais civis de Mongaguá, foram até o endereço fornecido. Vizinhos afirmaram que Annelize se dedicava à venda de cachorros da raça Poodle, uma atividade que a investigação revelou ser praticada em São Carlos. Itens relacionados ao cuidado dos animais foram encontrados na garagem da residência, reforçando os indícios colhidos.

No entanto, um detalhe intrigante surgiu: Annelize teria fornecido um endereço falso em atendimentos anteriores na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Agenor de Campos, indicando a Av. São Jorge, como sua residência. Os policiais, diligenciando nesse segundo endereço, encontraram uma construção inacabada e, após conversas com o proprietário, constataram que o local não era apto para moradia e que as fotos de Annelize e Maria Elizabeth não foram reconhecidas.

A equipe de investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) não se deu por vencida e conseguiu identificar um terceiro possível endereço em São Paulo. Munidos dessa nova pista, uma equipe da DIG seguiu até o local e, por meio de técnicas investigativas, obteve relatos de que Annelize já havia sido vista na região.

Com essas informações em mãos, o Delegado João Fernando solicitou um Mandado de Busca e Apreensão para o endereço indicado. Na madrugada da última terça-feira, acompanhado de sua equipe, João Fernando se deslocou até São Paulo e realizou a operação. No entanto, Annelize e Maria Elizabeth já não estavam presentes no local.

As investigações prosseguem, e a equipe da DIG está comprometida em descobrir o paradeiro das duas mulheres. O Delegado João Fernando não descarta a possibilidade de novas diligências nos próximos dias com o objetivo de localizá-las, efetuar suas prisões e apresentá-las à justiça para que respondam pelo crime que chocou a população.

O CRIME

Ricardo Luis Antunes da Silva residia em São Paulo, ele foi baleado e teve cerca de 70% do seu corpo queimado em um canavial da Fazenda Engenho Velho, região rural de São Carlos. O crime ocorreu na madrugada dia 04 de abril de 2006.

Mesmo ferido, ele conseguiu caminhar até a casa sede e pedir socorro ao dono da propriedade, um senhor de 80 anos que o levou até o Plantão Policial. Durante o caminho da fazenda a delegacia, o paulistano contou que havia sido sequestrado em uma praça e levado até a fazenda onde foi baleado e queimado. Da delegacia, ele foi levado ao hospital, onde após 40 dias internado, morreu no Dia das Mães. 

Em diligências na propriedade para onde a vítima foi levada os investigadores da DIG encontraram no meio de um canavial, a carteira com documentos da vítima, passagens de ônibus, cartões, telefone celular, R$ 89,00 em dinheiro, uma embalagem vazia de álcool e cápsulas de calibre 22. 

CRIME DESVENDADO

Após tomar conhecimento do caso, os investigadores da DIG de São Carlos iniciaram os trabalhos para tentar identificar os responsáveis pelo crime. As investigações foram conduzidas nos primeiros dias pelo delegado Edmundo Ferreira Gomes que substituía o titular, Mauricio Antônio Dotta e Silva.

Já na primeira semana os policiais descobriram que Ricardo Antunes e Anelize Matteoci Loperlogo haviam se conhecido através de uma sala de bate de papo por telefone (chat-line). No final do mês de março eles começaram a se encontrar. Anelize e Ricardo ficaram uma semana juntos hospedados em vários hotéis de São Carlos.

Quando a garota retornou para sua casa, inventou uma história a sua mãe, Maria Elizabeth Matteoci de que havia sido estuprada e mantida em cárcere privado por Ricardo. 

PLANEJAMENTO DA EXECUÇÃO 

Tomada pelo ódio, Maria Elizabeth procurou Daniel Silva, conhecido da família há vários anos e pediu para que o mesmo arrumasse alguém para matar Ricardo. Daniel na época confirmou esta versão em seu depoimento e disse que procurou André Luis Salvo que apresentou Leandro Lopes de Paula, este último seria o dono da arma utilizada na noite do crime.Anelize e Maria Elizabeth combinaram de pagar R$ 5 mil pelo serviço e traçaram o plano para executar Ricardo.

Na noite do dia 3 de abril, ela convenceu a vítima a retornar para São Carlos e de se encontrarem na praça da Igreja São Benedito. Quando chegou de táxi, Ricardo abraçou Anelize e foi dominado em seguida pelo trio. Ricardo foi colocado dentro do Fiat Marea, 2001, vermelho, placas CZI 3702 -São Carlos que pertencia a Anelize e levado até o canavial da fazenda Engenho Velho, zona rural da cidade. 

TIROS E FOGO 

Nos depoimentos prestados a Polícia na época, os acusados confirmaram as agressões que após 40 dias provocaram a morte da vítima. Foi apurado que quando chegaram no canavial, Daniel e Leandro saíram com Ricardo e foram para parte de trás do carro. André ficou dentro do veículo. Leandro deu dois tiros, um deles na cabeça de Ricardo que caiu desfalecido. Daniel, em seguida foi até o porta-malas do carro e pegou um litro de álcool despejando todo o conteúdo sob o corpo da vítima. Em seguida, para surpresa dos parceiros ele ateou fogo em Ricardo que se levantou e saiu correndo. Daniel foi até o carro e saiu atrás de Ricardo atropelando-o por duas vezes. Convencidos de que haviam “terminado o serviço”, eles abandonaram a propriedade rural, deixando Ricardo queimando próximo ao canavial. Durante a madrugada, Daniel, André e Leandro se encontraram com Anelize e Maria Elisabeth e narraram ocorrido.Na manhã o grupo descobriu através do noticiário policial de uma emissora de rádio local, que Ricardo havia sobrevivido.A partir deste dia Anelize passou a proteger sua mãe e pediu para que Daniel a levasse para fora da cidade. Anelize chegou a ser ouvida na DIG antes de ter sua prisão decretada. A arma utilizada no crime, uma pistola semi-automática de fabricação argentina, calibre 22, foi entregue a Polícia por Leandro.

Texto e Informações: São Carlos Agora
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