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17/04/2020 às 20h10min - Atualizada em 17/04/2020 às 18h35min

Milagre na Cela 7; Lingo lingo!

Por Wendel Colombo Milagre na Cela 7 está sendo um dos melhores filmes que eu já tive a oportunidade de assistir esse ano. O filme retrata a história de Memo interpretado pelo talentoso, e arrepiante Aras Bulut Iynemli, pai solteiro e que sofre de deficiência intelectual. Memo vive com sua mãe Fatma (Celile Toyon Uysal), e a pequena Ova, interpretada por Nisa Sofiya Aksougur, que aliás, já já vamos falar sobre ela. Memo acaba se envolvendo em um terrível acidente com a filha do tenente do exército, onde a bela menininha não resiste e vem a óbito. O tenente, nervoso, e sofrendo muito com a morte da filha, ordena que Memo seja preso para pagar pela morte da menina. Agora, de onde saiu o Aras (Memo)? Pelo amor de Deus! o ator nos deixa no chão com sua atuação, e os momentos em que Memo pergunta se pode ir para casa é de rasgar o coração. A força de pai e filha tentando se reconectar, e se unir novamente é impressionante. Aras merece muitos elogios. Foi um show de interpretação, jeitos, fala, expressões, ele é incrível. Memo é amado por todos, tem um coração enorme, e você percebe isso desde a primeira cena do filme, a filha Ova, o ama tanto que parece que a atriz mirim, é realmente filha dele. Memo é então levado para a prisão, e aí que a história de pai e filha começa. Eu confesso, estou lembrando do filme, e está me dando um frio na barriga. Memo não consegue ao menos se despedir de sua filha, e nem mesmo dizer o que realmente aconteceu na hora do acidente, e o que mata o nosso psicológico, é ouvir Memo a quase todo momento, perguntando se ele pode ir para casa. Ele então é transferido de prisão, onde aguarda a ordem de execução da pena de morte. A cela para a qual ele é destinado é a cela 7, onde já existem outros detentos. Memo chega, e os outros detentos começam a entender a sua bondade, e o belo coração que o rapaz tem, o momento em que descobrem o motivo que levou Memo a prisão é tão calmo, que não é levado ao extremo, como vemos em outros filmes, os detentos percebem que Memo é inocente. O começo do filme é terrível com a morte da menina, mas ele é levado de uma leveza, que você começa a se emocionar com a injustiça que Memo sofre durante o longa. Eu acho que até a produção não conseguiu conter as lágrimas ao ver as cenas. Mas e Ova? Vamos falar de Nisa (atriz que interpreta Ova), essa beleza de atriz que merece todo aplauso, que merece tanto estar nesse filme, acredito que não podiam escolher atriz melhor. A forma como Ova trata o pai, e entende que ele sofre de deficiência intelectual, é apaixonante, é lindo e emocionante de ver. Os dois brincam de Lingo lingo, uma expressão que leva ao ápice quando é dito no final do filme, e quem já assistiu, está entendendo o que estou querendo dizer. Mas porque muitas pessoas estão se acabando de chorar ao ver Milagre na Cela 7? Apesar de a história também narrar a morte precoce da menininha, o público entende a necessidade de compreender que Memo é inocente e está pagando injustamente por um crime que não cometeu. O drama vivido por ele, muda até mesmo o modo de pensar do diretor da prisão, comove os policiais, e os amigos de cela que passam a defendê-lo com unhas e dentes. Ova, luta para reencontrar o pai, e busca por alguma testemunha, para que ajude a tirar o pai dali. Ova finalmente consegue reencontrar o pai, e eu estou querendo chorar só de lembrar da cena dos dois se reencontrando.  Ova enfim conta ao pai que achou uma testemunha e que ele vai poder sair da prisão. (sem mais spoilers, vá assistir). O que o diretor do filme (Mehmet Ada Oztekin) faz, é apenas nos emocionar, em nenhum momento surgem dúvidas sobre a história, é tudo tão claro, que vemos Ova, uma menina inocente, como um anjo, que acredita que todos ali na mesma cela que o pai, estão passando por um momento difícil, e precisam de ajuda assim como pai, independente do crime que cometeram. Milagre na Cela 7 nos deixa em vários momentos com a cabeça baixa, emocionado, com a sensação que nunca vamos parar de chorar. A sensação que eu tenho é que não só os atores, nós de casa, nos deixamos levar por esse show de atuação, por essa história incrível que é mostrada, mas que o set de gravação precisou se conter para não cair no choro. É simples, único, é emocionante. Você deve estar se perguntando onde está o milagre, o milagre está dentro de nós, no que nós acreditamos, Ova acreditou, e o milagre aconteceu. O filme está disponível na Netflix.
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