Transmitida pelo mosquito Aedes Eegypti, a dengue possui diversos sintomas, alguns tratamentos e duas manifestações mais conhecidas: a clássica e a hemorrágica. Porém, um fator menos comentado é que a doença apresenta quatro sorotipos diferentes circulando no Brasil e que uma mesma pessoa pode ser infectada com vírus diferentes, o que, segundo a infectologista e clínica geral Ana Rachel Seni Rodrigues, aumenta a gravidade da doença.
Esses sorotipos são denominados DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 e embora todos eles possam causar a dengue clássica e a hemorrágica, o DN-3 costuma ser responsável pelas formas mais graves da doença, enquanto o DN-1 é apontado pela Fiocruz como o mais registrado em áreas com grandes epidemias em um curto prazo.
A possibilidade de adquirir dengue mais de uma vez surge do fato de que ao adoecer pela DN-1, por exemplo, se desenvolve imunidade apenas para esse tipo específico da doença, mas não impossibilita a contaminação pelas outras variações do vírus.
“Outro fato que deve ser motivo de atenção é que apesar dos quatro subtipos diferentes, os sintomas são sempre os mesmos, porém, a cada nova infecção, eles se mostram exacerbados e com um risco aumentado de se desenvolver uma dengue hemorrágica. Portanto, é imprescindível evitar novos contatos com o mosquito”, diz Rodrigues.
Situação em Araraquara
Todo ano, a cidade de Araraquara é motivo de atenção devido às explosões nos números de casos de dengue, como é o caso de 2022: até o final de março já foram registrados mais de 2 mil casos e 6 mortes, um número de óbitos maior do que os decorrentes da pandemia de 2019, quando houve 5 falecimentos entre os 23.134 casos da doença.
Diante desse cenário, a especialista alerta para a importância em se proteger da dengue, focando principalmente na eliminação dos focos de água parada, local de proliferação do mosquito. “Tomar a vacina da dengue, indicada para pessoas de até 45 anos, que já tiveram a doença várias vezes ou que moram em locais com muitos casos, também é uma medida de proteção imprescindível.”
“Outras formas de se proteger é evitando a picada do mosquito, o que pode ser feito por meio da utilização de calça comprida e blusas de manga longa em tempos de pandemia, da colocação de telas de proteção nas janelas e portas da casa e passando repelente diariamente nas áreas expostas do corpo, como rosto, orelhas, pescoço e mãos”, orienta Rodrigues.
Principais sintomas
Embora existam algumas pessoas assintomáticas pelo vírus, a maioria delas costuma apresentar os sintomas correspondentes da dengue clássica ou da sua versão hemorrágica, que possuem algumas diferenças que devem ser observadas a fim de evitar uma piora significativa e até mesmo a morte do paciente.
Lembrando que ao aparecimento de quaisquer sintomas é imprescindível que seja procurado atendimento médico o mais rápido possível.“Dessa forma, será feito um rápido diagnóstico indicando o tipo da doença e quais as melhores formas de tratamento”, aponta Ana Rachel.