A adolescência é um período muito turbulento na vida da maioria das pessoas, geralmente com constantes variações de humor e crises emocionais. Um estudo do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef), em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), mostrou que 60% dos jovens entre 12 e 18 anos têm queixas relacionadas à saúde mental, com depressão e ansiedade sendo os problemas mais comuns.
Segundo a psicóloga Thais Zanin, isso ocorre, pois essa faixa etária passa por muitas pressões sociais e por novas situações a quais não estão acostumados quando se aproximam da vida adulta.
“Embora alguns casos de depressão e ansiedade tenham predisposição genética, os fatores ambientais podem transformar esses períodos de transição em algo muito difícil, logo é preciso que os responsáveis se mantenham sempre alertas.”
As recomendações para lidar com essas possíveis crises consistem em manter uma relação honesta e objetiva com os mais jovens, sempre conversando sobre o que se está sentindo, além de deixar claro que não há vergonha nenhuma em expor dúvidas, medos e angústias.
“Se possível, que esses relacionamentos sejam entre pais e filhos ou até mesmo com amigos próximos, de modo que o adolescente possa encontrar alguém em quem se reconfortar e apoiar quando sentir que está passando por um momento mais complicado.”
Zanin também alerta ser comum a existência de transtornos associados à depressão infantil, principalmente ansiedade.
“Independente de se tratar de crianças ou adolescentes, um psicólogo é o profissional indicado para fazer um correto diagnóstico e indicar um tratamento adequado, além de se mostrar um grande facilitador caso a família tenha dificuldade em estabelecer uma comunicação com os mais jovens.”
Sinais de alerta
As mudanças repentinas de humor talvez sejam os sintomas mais comuns de depressão ou ansiedade, principalmente em adolescentes, mas existem diversos outros sinais, que segundo Zanin, podem indicar a necessidade de acompanhamento psicológico.
Além do acompanhamento psicológico, a prevenção e o tratamento da saúde mental também precisam ser estimulados através da participação efetiva da própria família.
“O especialista é uma parte importante do processo, mas também é preciso que haja afeto no lugar de apenas punição e mais interações dentro de espaços seguros. Às vezes, assistir filmes juntos e até mesmo realizar as refeições à mesa são momentos que podem ajudar em uma maior conexão afetiva e que, portanto, devem ser sempre incentivados”, diz Thais.