As noites de insônia não significam apenas horas não dormidas, mas também se caracterizam pela má qualidade do sono, que podem ter relação com a apneia destrutiva, dificuldade para adormecer ou mesmo problemas para manter o repouso continuamente durante a noite. Um estudo publicado na revista do Colégio Americano de Cardiologia apontou que um sono ruim pode prejudicar o funcionamento de todo o corpo.
A publicação indica que dormir menos de seis horas ou acordar com frequência a noite aumenta o risco de desenvolver placas prejudiciais em todas as artérias, não apenas nas do coração. Apesar de pesquisas anteriores já mostrarem como a qualidade do sono está associada à doença cardíaca coronária, o cardiologista Yuri Brasil comenta ser a primeira vez que relacionam a situação com a aterosclerose no organismo de forma geral.
“Além das demais complicações cardíacas, quando essa condição se apresenta de forma elevada, ainda acarreta em um aumento do risco de derrames, problemas digestivos e da má circulação, que pode resultar em quadros de dormência e dor nas extremidades”, diz o especialista.
Quadros crônicos de insônia também estão intimamente ligados à ansiedade e à depressão. Dr. Yuri explica que essa conexão se desenvolve pela necessidade do corpo em lidar com o estresse causado pela sonolência.
“Dormir mal no início da vida, inclusive, contribui para o desenvolvimento de placas que fortalecem a doença de Alzheimer e outros tipos de demência.”
Diante desse cenário, um sono profundo e que dure mais de 8 horas se mostra fundamental para o rejuvenescimento do corpo, sendo imprescindível para a liberação de hormônios que possuem a função de reparar células e construir tecidos no corpo e no cérebro.
“Todos podem e devem se empenhar para melhorar o próprio sono, através da realização regular de exercícios, da boa alimentação e do abandono de hábitos nocivos ao organismo, como o consumo exagerado de álcool e o tabagismo. Considerar um ambiente adequado e configurar uma rotina de sono também são medidas importantes”, orienta.
Já os pacientes com problemas de saúde específicos que influenciam na qualidade do repouso devem buscar ajuda médica a fim de solucionar ou controlar as situações predeterminantes.