Em destaque nos últimos meses devido ao anúncio de aposentadoria do ator Bruce Willis, a afasia é uma disfunção que afeta a capacidade de uso da linguagem e da fala, além de prejudicar a comunicação do paciente em geral. Segundo a fonoaudióloga Andressa Alda, a afasia pode ser primária ou secundária.
“Enquanto a segunda está associada a uma lesão neurológica, a primeira pode ser confundida com o Alzheimer, pois possui um caráter progressivo e também é um tipo de demência. Diferenciam-se basicamente pelo fato do primeiro sintoma do Alzheimer ser a perda da memória, com o paciente ficando desorientado, enquanto na afasia o principal sintoma sempre será inicialmente o comprometimento da fala e da linguagem”, explica Alda.
A especialista também comenta que a afasia secundária surge em decorrência de causas vasculares como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), traumatismos cranioencefálicos ou tumores, e que as dificuldades de linguagem nesses casos são repentinas e abruptas, resultantes de um comprometimento do lado esquerdo do cérebro, em áreas específicas da fala.
“Já na afasia degenerativa a causa ainda não é conhecida, mas é importante alertar que ambas afetam a linguagem oral e escrita. Podem aparecer como dificuldades em nomear objetos e figuras, completar frases etc.”, explica.
Grupos de risco e formas de tratamento
Apesar dos dados sobre esse problema de comunicação a nível nacional ainda serem escassos, ocorrências de novos casos de AVCs são determinantes para uma maior incidência de afasia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o acidente vascular cerebral é a primeira causa de incapacidade no Brasil, com 108 ocorrências para cada 100 mil habitantes, ao ano.
O Sistema Único de Saúde (SUS) relatou o atendimento de aproximadamente 5 mil casos de afasia de todas as etiologias em 2021, com pessoas de 55 a 65 anos de idade sendo as mais acometidas.
“De forma geral, o tratamento para ambas as afasias consiste em evitar o aparecimento da causa e manter um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada e atividades físicas regulares, além da realização de check-ups médicos para monitorar quadros de hipertensão, diabetes e manter o peso regulado. Não fumar e tratar condições como a apneia do sono também são atitudes importantes”, orienta a fonoaudióloga.