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14/10/2022 às 12h05min - Atualizada em 14/10/2022 às 12h05min

Veja a programação do Dia Internacional de Sensibilização às Perdas Gestacional e Neonatal em Araraquara

Onda de Luz marca a data; ‘objetivo é chamar a atenção para o tema, além de homenagear os filhos e filhas que tiveram uma breve vida entre nós’

Direto da Redação

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Neste sábado, 15 de outubro, é o Dia Internacional de Sensibilização às Perdas Gestacional e Neonatal. Em Araraquara, uma programação especial com a chamada Onda de Luz marca a data e busca dialogar e informar o assunto.


O dia também é de ressaltar a importância do apoio às mães e os familiares e fortalecer seus direitos, seja no trabalho, ou mesmo no atendimento especializado em um momento de dor.


O Grupo Transformação de Araraquara, grupo de apoio à perda gestacional e neonatal, tem um papel fundamental de acolhimento, luta por direitos e difusão de informações sobre o tema.


Perla Frangioti, cofundadora do Grupo, ressalta que os desafios são constantes, mas Araraquara cumpre o papel de divulgar o assunto e ajudar as mães enlutadas.


Vale lembrar que desde 2018 ocorre na cidade a Semana de Sensibilização à Perda Gestacional e Neonatal, por meio da Lei nº 9.275, proposta pelo então vereador Elton Negrini. A Escola do Legislativo tem sido parceira do Grupo Transformação e da Prefeitura na realização do evento, ao longo dos últimos cinco anos.


 

Essa é a nossa 5ª edição! Foram duas edições presenciais e durante a pandemia, virtuais. Esta possibilidade do on-line fez com que, desde 2021, nos uníssemos a outros coletivos e profissionais que trabalham com a humanização do acolhimento às perdas perinatais e realizamos uma programação nacional, em parceria com a Escola do Legislativo de Araraquara que fornece o certificado de participação”, lembra.



Toda a programação fica disponível no canal do Youtube do Grupo. Acesse AQUI.


 

Além disso, preparamos ações presenciais como a Onda de Luz (Wave of Light) e a iluminação de prédios como o DAAE e a Maternidade Gota de Leite”, explica.




A importância da Onda De Luz

 

Uma das características deste luto é a sua não validação social. Este movimento de iluminação de prédios, já muito forte no exterior (Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Canadá) está se iniciando no Brasil e tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o tema, além de homenagear os filhos e filhas que tiveram uma breve vida entre nós”, reforça Perla Frangioti.



Um dos prédios que vai receber a iluminação nas cores rosa e azul é a Maternidade Gota de Leite. Será neste sábado (15), das 18h às 23h. O objetivo da ação é humanizar o luto, conscientizar a sociedade e chamar a atenção para o acolhimento de mães e pais que perderam seus filhos durante a gestação e após o parto, segundo a diretora técnica da Gota de Leite, Emanuelle Laurenti.


Ainda neste sábado, o Grupo vai se reunir no Parque Botânico para registrar também a Onda de Luz (Wave of Light). “Podem participar famílias enlutadas e toda a sociedade”.


 




Programação da Semana


As palestras começaram nesta semana e seguem até amanhã (15). Veja:














Importância de falar do assunto


O Grupo Transformação busca apoiar as mães e a troca de experiências, ajuda a lidar com uma dor incurável. O diálogo auxilia as famílias a enfrentar as fases do luto. “Falar sobre morte de maneira geral já é um tabu em nossa sociedade, quando nos referimos a estas perdas durante a gestação ou logo após o nascimento é mais difícil ainda”, diz.


 

Este desconforto em se falar sobre o tema acaba gerando uma sociedade que não está preparada para acolher, além de profissionais despreparados para lidarem com este momento de dor. A Semana de Sensibilização é o momento onde muitas sementes são plantadas, através de diversas ações de formação e sensibilização realizadas por nós e diversos coletivos pelo Brasil”, explica Perla.



A cofundadora do Grupo Transformação ainda ressalta que um acolhimento humanizado deve ser para todos. “Mães, pais, irmãos, avós, etc. O luto é sempre individual, não existem dores maiores ou menores, existem dores diferentes e todas precisam ser acolhidas. Quando este acolhimento acontece, o trabalho de luto fica menos difícil e a pessoa tem mais energia para ressignificar sua vida, reaprendendo a viver sem seu ente querido”.



Família


A família é uma parte importante no processo de luto. Estar ao lado da pessoa e respeitar seu momento é fundamental. “Muitas vezes a família e amigos não sabem como acolher, é uma situação que ninguém deseja passar. Com isso, na tentativa de amenizar a dor de seu familiar enlutado, muitas vezes a família silencia, não toca no assunto”, Ressalta.






É muito importante que todos entendam que este é um momento de muita dor, portanto, se colocar ao lado da pessoa é a principal maneira de acolher. Isto pode ser feito de muitas maneiras, por exemplo, falando para a pessoa que sente muito e que está ali para ouvi-la falar de sua dor sempre que quiser, oferecendo ajuda na logística do dia a dia, como cuidar dos outros filhos, levar uma refeição, fazer uma compra, indicar grupos de apoio e profissionais que atendem este tipo de luto, entre outras coisas”.
 







Dor e Luta


Perla explica ainda como o Grupo Transformação surgiu. “Foi após a minha filha caçula ter nascido em silêncio, que é a maneira que nos referimos aos nossos filhos que são natimortos, com 36 semanas e 6 dias”, diz.


Além da dor, Perla lembra que ter os direitos negados foi um desafio, mas também a fortaleceu na luta. “Tive a minha licença gestante negada pelo Estado de SP (sou servidora pública), muito indignada, comecei a buscar mudar esta situação, não por mim, mas para que outras mães não passassem pelo que eu passei”, lembra.


 

Neste processo, conheci alguns grupos de apoio e uma psicóloga que ia lançar um livro sobre o acolhimento humanizado às perdas gestacional e neonatal e fui me inserindo cada vez mais neste universo das perdas perinatais. Até que participei, junto com amigos e minha doula, de uma roda de acolhimento do grupo desta psicóloga (em Ribeirão Preto) e foi muito bom, a partir daquele dia, nós já saímos de lá com a primeira data de encontro do Transformação”, explica.



Ao iniciar as rodas de acolhimento, o Grupo percebeu outras demandas importantes. “Como a falta de preparo dos profissionais da saúde em acolher os lutos destas famílias. Assim, outras frentes de trabalho surgiram, fomos a primeira cidade no Brasil a aprovar uma lei que colocou no calendário oficial de eventos da cidade (Araraquara), uma Semana de Sensibilização às Perdas Gestacional e Neonatal, desde então iniciamos o processo de sensibilização da sociedade e profissionais da saúde”.


 

​“Atualmente, trabalhamos por políticas públicas de humanização ao acolhimento, garantia de direitos (trabalhista, como as licenças e sociais, por exemplo, garantia de colocar o nome do bebê natimorto na certidão), fazemos formações em universidades e maternidades, temos uma parceria com as reeducandas do Centro de Ressocialização feminino para a confecção e doação de polvos de crochê para as utis neonatais e, sempre o mais importante, o acolhimento às famílias enlutadas”, finaliza.




Contato


Quem desejar conhecer o trabalho do Grupo Transformação pode acessar o Instagram, o Facebook ou entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou telefone (16) 98135-3685.


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