Com a crescente intensificação das ondas de calor em diversas regiões do país, torna-se imprescindível a conscientização para os sérios riscos que a situação representa para a saúde cardiovascular. Segundo a OMS, as mortes por calor já são um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, com cerca de 15 milhões de óbitos por ano.
Para o cardiologista Dr. Yuri Brasil, a relação entre as altas temperaturas e problemas cardíacos é uma preocupação emergente, que demanda atenção especial e medidas preventivas para proteger a saúde do coração.
“O calor pode dilatar os vasos sanguíneos do corpo, reação que altera a pressão arterial e a espessura do sangue. Nessas condições, o coração, assim como o restante dos órgãos, apresenta um alto risco de sucumbir, com chances de infarto, AVC, falha renal, entre outros problemas”.
Ainda segundo Dr. Yuri, isso acontece pois o calor faz com que o corpo tente equilibrar a sua temperatura interna, isso é, desviando o fluxo sanguíneo dos órgãos para a pele. “Outro fator de atenção é que em um ambiente de extremo calor, o risco de infecções resultantes de bactérias e fungos também aumenta, já que o aquecimento do organismo, consequentemente, leva a uma desidratação das vias áreas”.
Cuidados essenciais
Após 2023 ser considerado o ano mais quente da história pelo relatório do Copernicus, o cardiologista reforça a necessidade de alguns cuidados essenciais para a proteção do coração.
“Hidratação adequada, o uso de roupas leves e uma alimentação de fácil digestão estão entre as orientações básicas. Tentar permanecer em ambientes frescos e limitar bebidas alcoólicas e cafeinadas também são atitudes eficientes”.
Outras dicas fornecidas por Dr. Yuri incluem um descanso adequado entre tarefas, cautela na hora de praticar exercícios físicos, principalmente ao ar livre, e um adequado uso do protetor solar, corporal e facial.
“Tudo isso sem nunca deixar de monitorar regularmente a saúde, em especial os pacientes que já possuem condições cardíacas. Lembrando que caso haja tonturas, palpitações ou falta de ar, o ideal é procurar assistência médica”.