Segundo números divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), até 2030, serão 1 bilhão de mulheres atravessando a menopausa. Ainda assim, o tema é cercado por um tabu. Por isso, durante este período, mesmo sofrendo algumas mudanças físicas e emocionais, grande parte das mulheres são relutantes em procurar ajuda médica para entender os sintomas e buscar soluções para suavizá-los.
A ginecologista Mariana Manfrim, explica que os primeiros sinais da menopausa podem ser percebidos a partir dos 40 anos, no chamado período de climatério. A fase, entre climatério, pré-menopausa até a pós-menopausa, pode durar de 10 a 30 anos. Ou seja, 1/3 da vida da mulher é vivida dentro deste processo.
“Os efeitos da menopausa vão muito além dos famosos calorões e não são restritos apenas a sintomas físicos”, ressalta a especialista.
De acordo com os dados da Plenapausa, femtech brasileira que promove informação, solução e acolhimento para mulheres na menopausa, 87% se sentem instáveis emocionalmente e 58% afirmam que se sentem menos produtivas no trabalho. Quando se trata de ansiedade e/ou depressão, 81% delas afirmam que já se sentiram desta forma durante este período.
“A menopausa e o processo de envelhecimento da mulher, outros fatores, associados a este período, colaboram para que os sintomas emocionais fiquem mais intensos. Por isso é sempre importante estar em contato com seu médico de confiança e se preciso apoio psicológico”, esclarece Mariana.
Tratamento
A terapia de reposição hormonal tem a vantagem de aliviar os sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal, incontinência urinária) no climatério.
Além disso, funciona como proteção contra a osteoporose e assegura melhor qualidade de vida para a mulher. No entanto, existem contraindicações que devem ser avaliadas com cuidado pelo médico e pela mulher, não sendo indicada a automedicação, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, trombose, câncer de mama e de endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de origem desconhecida.
“Alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool e cuidados com a saúde bucal são algumas medidas simples, que incorporadas aos hábitos diários de vida, podem ser úteis para minimizar os sintomas negativos do climatério”, finaliza a ginecologista.
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