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27/09/2021 às 10h55min - Atualizada em 27/09/2021 às 10h55min

Dia Nacional da Doação de Órgãos relembra a importância do ato na vida de quem precisa

Nefrologista comenta sobre a queda nos transplantes de rim durante a pandemia

Foto: Canva/ Ilustração

Um estudo publicado no jornal científico Lancet Public Health considerou dados de 22 países em 4 continentes (incluindo o Brasil) para apontar que o número de transplantes de órgãos feitos na primeira onda da pandemia de Covid-19, em 2020, caiu 31% em relação ao ano anterior. Diante desse cenário, o nefrologista Henrique Carrascossi aponta o Dia Nacional da Doação de Órgãos como uma data imprescindível para abordar a conscientização sobre o assunto.


Dados do estudo ainda apontam que a queda mais significativa foi observada nos transplantes de rins provenientes de doadores vivos – onde houve uma queda de 40% em 2020 em relação a 2019. No que diz respeito aos doadores falecidos, os transplantes de rim tiveram uma queda de 12%.
 

Para o especialista, essas quedas se dão por variadas razões, como a menor circulação de pessoas – já que vítimas fatais de traumas cranioencefálicos são as principais doadoras – e o fato dos hospitais e centros de transplante se mobilizarem para atender exclusivamente os casos de Covid, suspendendo cirurgias não consideradas de urgência.


“Apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19 refletir uma melhora nos sistemas de saúde, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos destaca que o primeiro semestre de 2021 trouxe outra queda de 15% nos transplantes de rim em relação a 2020. Esses dados alarmantes reforçam a necessidade da população em entender o quão valioso é o ato de se doar órgãos”, comenta Carrascossi.


Entre as principais consequências da diminuição de transplantes do rim, Carrascossi aponta o impacto no sistema de hemodiálise brasileiro, que já é superlotado. “Atualmente, nós temos mais de 140 mil brasileiros fazendo tratamento de diálise no país, e para aqueles que necessitam de um novo rim, o tempo dependente dessa situação é maior, causando mais complicações, como o risco de doenças cardiovasculares e até mesmo a morte.”


Outro ponto importante ressaltado pelo nefrologista é que caso haja necessidade e aferida compatibilidade, pessoas próximas podem realizar a doação de um dos rins e viver normalmente tendo apenas um dos órgãos.


“Lembrando que independente de possuir um ou dois rins, todos devem seguir hábitos de vida saudáveis e que não afetem a saúde renal, porém, quem tiver realizado uma doação de órgão deve se atentar ainda mais. Praticar atividades físicas regulares, manter uma boa alimentação, evitar o tabagismo e consumo excessivo de álcool são algumas atitudes indispensáveis”, alerta Henrique.


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