A autônoma Michele Natal de Jesus, de 36 anos, aguarda a realização de uma cirurgia na vesícula há cerca de um ano. Por conta da pandemia e a abertura de vagas de internações para pacientes com Covid-19, as cirurgias consideradas eletivas foram suspensas na cidade. Ela já passou por todos os exames necessários para realizar a cirurgia.
O marido de Michele, Antonilton Santana de Jesus, ressalta que a esposa enfrenta dores frequentes e a rotina da família tem sido de visitas na UPA.
“Ela tem muita dor. Quando chega na UPA ela é medicada, toma todos os remédios, mas volta para casa ainda com dor”, explica.
Desde o último sábado (06), Michele tem buscado ajuda médica. Nesta terça-feira (10), ela precisou de atendimento novamente, por conta das fortes dores.
“Infelizmente estamos enfrentando essa rotina. A Secretaria da Saúde não nos comunica nada, ninguém nos liga com informações sobre a cirurgia. Já foram feitos todos os exames necessários, só que eles alegam que ela precisa aguardar. É dor todo dia”, diz o marido.
“Ela chegou em um estágio que não tem outra solução a não ser cirurgia”, explica Antonilton.
A preocupação da família é que a demora na cirurgia possa piorar o estado de saúde de Michele. “O estado da minha esposa é crítico. Estamos implorando por ajuda”.
A autônoma tem uma dieta bastante restritiva, não pode comer alimentos com o mínimo de gordura que desencadeia dores muito fortes.
No último atendimento médico, ela realizou exames que demonstraram pedras de 1,5cm na vesícula, o que causa as dores insuportáveis na autônoma. O marido desabafa:
“Sem a cirurgia nossa rotina é dar crise, correr para a UPA. Estamos desde sábado (06) nesta vida. Entre sábado (06) e terça-feira (10), já é a sexta vez. Ela está com os dois braços roxos de tanto remédio que ela tomou”.
Para quando?
A Secretária da Saúde, Eliana Honain, disse à equipe do Portal Araraquara Agora, que está ciente do caso de Michele. Segundo Honain “a Santa Casa vai retomar as cirurgias na semana que vem e ela está entre as prioritárias”.
“Nos resta aguardar porque ela está sofrendo muito. Não aguenta mais, cada vez as dores são piores. Chegou em um ponto que nem o remédio faz efeito”, diz o marido de Michele.
“Ela chegou a dar entrada na Santa Casa, mas ela não foi operada, pois a vesícula não estava inflamada. Mandaram ela para casa com dor. Não consigo entender. Deveriam fazer a cirurgia para evitar que minha esposa corresse o risco de ter uma pancreatite. Se estourar a vesícula?”, desabafou.
Vale lembrar que Eliana Honain assegurou à nossa equipe que a cirurgia de Michele poderá ser realizada até o mês de dezembro deste ano.