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04/02/2022 às 09h03min - Atualizada em 04/02/2022 às 09h03min

"Prestes a desabar", diz vereador sobre situação da Via Expressa

Prefeitura diz que obras são importantes, mas via não corre riscos de desabamento

Direto da Redação
Foto: Prefeitura

O vereador Rafael de Angeli (PSDB), acompanhado do ex-vereador Jeferson Yashuda, diretor técnico do Departamento Regional de Saúde (DRS III), visitou recentemente as galerias subterrâneas da Via Expressa, construídas para canalizar o Córrego da Servidão, que deságua no Rio do Ouro.

 

Além do receio de alagamentos, o local corre o risco de desabamento do asfalto, segundo o parlamentar.

 

Viemos conferir, porque toda vez que chove, a Via Expressa alaga e já vimos até mesmo buracos que se abrem na via”, disse o vereador, em um vídeo postado em suas redes sociais.

 

Chegamos a um ponto aqui que não tem mais como passar”, referindo-se a um buraco de mais de 1,70 metro de profundidade feito pela erosão das águas na galeria.

 

Com imagens, nas Redes Sociais, o vereador relatou que foi impedido de percorrer parte da galeria, por conta da profundidade da água. “Queríamos ir até embaixo do terminal, pois sabemos que lá é o ponto mais crítico, mas vamos ter de parar de fiscalizar essa parte, porque senão a gente não volta vivo”.

 

No vídeo, eles colocam uma vareta de 1,80 metro no buraco, coberto por água, e ela praticamente desaparece. “Essas paredes estão estruturadas apenas pelos lados, a parte de baixo foi toda levada pelas águas”, acrescentou.

 

Podemos ver que, em diversos pontos, as armações de ferro que sustentavam o concreto estão podres ou não existem mais. Tudo isso foi feito pela força da água e, possivelmente, por erros do passado na construção de certos pontos deste local”, explica e completa o vereador.

 

Rafael cobra a realização de laudos e ações para assegurar que toda a nossa população possa transitar pela Via Expressa com segurança.

 

Se houver um acidente provocado por uma abertura de uma cratera nessa região do córrego, não poderão dizer que não sabiam da existência do problema”, explica Yashuda.

 

Idosa morta na Via Expressa

 

O vereador lembrou que em 2012, houve o desaparecimento de uma mulher idosa, que sumiu nas águas durante um forte temporal. Terezinha Mansur, de 79 anos, foi levada por causa das chuvas.

 

Ela e outras cinco pessoas estavam em uma van que foi arrastada pela correnteza, próximo ao Terminal Rodoviário, um dos locais mais afetados pela força das águas do Rio do Ouro, que transbordou. Seus restos mortais foram encontrados mais de dois anos depois.

 

Já em abril de 2017, o asfalto desabou em um dos pontos da Via Expressa. Na época, funcionários da Prefeitura fizeram uma inspeção subterrânea na parte canalizada do rio, que passa debaixo da via, para avaliar suas condições. “Mas nada foi feito além disso”, lembrou Rafael.

 

Em março de 2018, parte do asfalto cedeu novamente, abrindo um buraco em uma das faixas da Avenida Maria Antonia Camargo de Oliveira, próximo ao pontilhão da Barroso, no sentido Centro-Zona Norte. Dessa vez, descobriu-se um deságue clandestino vindo dos trilhos. Apenas foi realizado um reparo”, completou.

 

Diz aí Prefeitura!

 

Nossa equipe procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura buscando saber o quanto exatamente (valores), foi investido em cinco anos para a manutenção da Via Expressa. A Prefeitura não respondeu a este questionamento.

 

Sobre a periodicidade, se o local passa por avaliações e se existe um estudo de quanto precisa ser investido para resolver o problema, também não obtivemos respostas.

 

Em nota, a Prefeitura ressaltou que obras da Via Expressa são importantes, mas que a via não corre riscos. Disse ainda que monitora frequentemente as condições do local. Em caso de chuva forte, os setores interditam a via da Avenida Feijó até o balão da Avenida Sete de Setembro. Os riscos são de acidentes automobilísticos, não de desabamento da via.

 

Sobre a ocupação dos trilhos, se existe possibilidade de se tornar área de escoamento da água da chuva, a assessoria disse que a intenção é que se faça um projeto de uma rede paralela, captando toda a água proveniente da Vila Xavier e jogando essa água mais para frente, para evitar esse ponto de alagamento.

 

Com relação aos questionamentos do vereador Rafael de Angeli (PSDB), disse que uma reforma estrutural do local demandaria grande investimento, o qual neste momento é inviável, uma vez que a prioridade do município, desde 2020, tem sido o enfrentamento à pandemia.

 

A politização de problemas da cidade não ajuda na solução dos mesmos”, diz.

 

Veja a nota completa:

 

A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos esclarece que monitora frequentemente as condições do local e que não há risco iminente de desabamento do asfalto. O setor tem tomado medidas preventivas junto à Defesa Civil. Ainda assim, em caso de chuva forte, os setores interditam a Via Expressa da Avenida Feijó até o balão da Avenida Sete de Setembro, como forma de prevenção a acidentes em virtude do grande volume de água. Os riscos são de acidentes automobilísticos, não de desabamento da via.


Vale destacar que é uma situação que merece atenção, afinal a Via Expressa foi iniciada na década de 1970 e concluída na década de 1980, construída por trechos. Desta forma, não foi feita por uma única administração. Uma administração começava, fazia um trecho, a outra fazia outro trecho. Devido a isso, existe essa diferença importante de perfis e tipos de construção, e dos materiais utilizados.


Cabe ressaltar que com a retirada dos trilhos do centro de Araraquara, a intenção é que se faça um projeto de uma rede paralela, captando toda a água proveniente da Vila Xavier e jogando essa água mais a jusante, mais para frente, para evitar esse ponto de alagamento.


Em relação ao vídeo apresentado pelo vereador Rafael de Angeli (PSDB), é importante ressaltar que ele foi gravado em outra oportunidade. É de ciência do próprio vereador que uma reforma estrutural do local demandaria um grande investimento, o qual neste momento é inviável para o poder municipal, uma vez que a prioridade do município, desde 2020, tem sido enfrentamento à pandemia.

 

Só em 2021, o município drenou R$ 80 milhões de recursos do próprio municipal para o combate à Covid-19, garantindo testagem em massa, atendimento, abertura de leitos, medicamentos, dentre outros, inclusive abertura de um hospital de campanha que está operacional novamente, devido a retomada do crescimento da pandemia.
 

Diante disso, a Prefeitura de Araraquara vem buscando recursos junto ao governo estadual e federal para viabilizar as obras necessárias no local, hoje orçadas em mais de 20 milhões.
 

A Prefeitura de Araraquara continuará trabalhando para resolver problemas da cidade, como tem feito incansavelmente. A politização de problemas da cidade não ajuda na solução dos mesmos.


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