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28/05/2020 às 17h24min - Atualizada em 29/05/2020 às 06h59min

Shopping Jaraguá perdeu 12 lojas durante a quarentena

Por Willian Oliveira

Há alguns dias a foto de um empresário desmontando sua loja no Shopping Jaraguá repercutiu em toda a cidade. O lojista Luciano Mendes de Mattos é mais um dos empresários que não suportaram o tempo de portas fechadas e encerraram suas atividades, pelo menos dentro do centro de compras.

Na internet ele lamentou o momento vivido e os sonhos que ficaram para trás: “Hoje é dia de dizer até logo!!! Eu gostaria muito de agradecer a cada amigo/cliente, cada colaboradora, cada fornecedor, nossa família, todas as pessoas que fizeram parte do nosso ciclo no Shopping Jaraguá nesses 9 anos”, escreveu.

Segundo a direção do local, antes do fechamento do comércio o Shopping Jaraguá tinha 158 lojas e deve voltar a funcionar em junho com apenas 146. Foram 12 os empresários que sucumbiram junto com o avanço da pandemia, cerca de 8% do número de lojas, mas como são empresas de portes diferentes, o impacto para a estrutura de forma geral representa bem mais do que isso.

Não fossem as medidas adotadas logo no começo da crise, o superintendente do Shopping Jaraguá, Douglas Borges, estima que muitas outras empresas teriam seguido o mesmo caminho. “A maioria dos empresários trabalham no limite e já tínhamos uma previsão que não seria possível segurar todas as lojas. Nesse período a gente tem tratado todos com muito cuidado. Ouvimos um a um, caso a caso. Tem loja como o mercado que atende normalmente, mas outras que estão com as portas fechadas, como as operações infantis e outras que dependem de quantidade de público como o cinema não conseguiram faturar nada nesse período”, relata.

Na tentativa de manter as lojas e a própria sustentabilidade do negócio o Jaraguá adotou uma série de medidas como a redução de jornada de trabalho e equipe, isenção da taxa de administração e propaganda, paga pelos lojistas, diminuição de 40% no valor da taxa de condomínio e a suspensão da cobrança de aluguel.

“Todas as nossas operações são importantes, são lojistas de muitos anos, fizemos tudo isso para ter capacidade de absorver isso melhor” reforça Borges.

Período necessário

Embora tenha tido o negócio duramente atingido pela quarentena, Douglas Borges afirma que foi um período necessário em todo o mundo e que aqui, não seria diferente. “Temos uma preocupação muito grande com o que está acontecendo. Não podemos seguir nesse caminho de luta de saúde contra a economia. A quarentena dura em média de 40 a 55 dias no mundo inteiro e a gente entende que esse período seja necessário principalmente para uma reorganização geral, para que os hospitais se prepararem, com toda estrutura pra atender a população. Também foi importante para que as empresas tivessem tempo para rever seus protocolos de atuação, para que possam se preparar internamente primeiro, com a segurança e cuidado com seus colaboradores, para receber seu público. Acho, inclusive, que isso já aconteceu. E por fim tem a população, que nesse período mudou seus hábitos diante da situação”, enumera ele ao dizer que já vivemos o momento de pensar e viver a retomada das atividades econômicas.

Novo normal

Para o superintendente do Shopping Jaraguá a pandemia do coronavírus deve passar, mas deixará um legado em todos nós. Segundo ele todos estarão mais atentos com as questões de saúde e convivência. “Já temos hábitos maiores com a higiene, existem melhorias que serão necessárias sempre, mas acho que estamos em uma fase decisiva para a retomada”, destaca.

Se a flexibilização das medidas de restrição não vierem, muitas outras lojas poderão quebrar. “estamos cientes que teremos restrições, cuidados mais rigorosos, mas se a gente prolongar isso o resultado será preocupante. Mais 30 dias e a velocidade de mortalidade de CNPJS  será muito maior do que foi até agora”, alerta.

Alternativas

Para tentar ajudar as empresas a manter seus negócios ativos, uma das alternativas usadas pelo Jaraguá foi a criação de uma loja virtual dentro de seu site. Nela os lojistas físicos podem anunciar e vender seus produtos. Uma maciça campanha de divulgação tem levado até a população todos os serviços que atendem no modelo drive-thru.

Prontos para a retomada

Mais do que a economia estar preparada, Douglas Borges ressalta que a cidade está. “A minha maior expectativa é referente a questão técnica de saúde. Nós temos disponibilidade de leitos de UTI, o que nos deixa muito mais confortáveis se compararmos com o cenário nacional e isso é a principal premissa. A curva de contaminação ainda nos preocupa, mas o protocolo que estamos desenvolvendo, não só o Shopping, mas Araraquara como um todo, diante dessa costura de todas as entidades e do cenário técnico de saúde, nos deixa animados”, conclui.

Flexibilização

Na tarde de quarta-feira (28) o governador de São Paulo, João Dória anunciou o início da chamada “quarentena inteligente” a partir de 1º de junho. Nela Araraquara foi inserida na Fase 3, que já permite a abertura de estabelecimentos como salão de beleza, escritórios, concessionárias e até mesmo os shoppings, mas estes, com restrição de público, medidas para manutenção de isolamento social e até mesmo redução de capacidade nas áreas de alimentação.


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