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17/02/2022 às 19h11min - Atualizada em 17/02/2022 às 19h11min

Ministério Público ouve coletores e deve fazer nova proposta ao Daae; entenda

Audiência com coletores de lixo aconteceu junto ao Siemaco e durou horas

Por Rian Fernandes
Canva/Ilustração
Terminou quase no início da noite desta quinta-feira (17) a audiência pública com o Ministério Público do Trabalho e coletores de lixo de Araraquara. O encontro teve participação do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), representado pela Advogada Dra. Fernanda Balduino Bombarda.

A audiência pública teve início pela tarde com o objetivo de entender justamente a atual situação da coleta de lixo em Araraquara. Trabalhadores levaram até o Ministério Público do Trabalho as dificuldades de trabalhar sem o estribo nos caminhões, que foi proibido após uma ação movida pelo MPT. Conforme argumentado pelos coletores, junto com o Siemaco de Araraquara, o estribo é uma plataforma de apoio e descanso aos trabalhadores. Vale lembrar que com a remoção, os coletores estão tendo que andar atrás dos veículos pelas ruas de Araraquara. 

Entre as mudanças na coleta de lixo na cidade, a única que se torna inviável para a coleta, conforme mencionado pelos coletores, é justamente a proibição do estribo. As outras alterações foram colocadas como positivas, como a sinalização de ré sonora, câmera de ré e um botão que quando acionado pelo coletor avisa o motorista que pode iniciar o processo de prensa do lixo. Vale lembrar que, com a retirada dos estribos, os coletores contam com um carro de apoio que andam atrás dos caminhões para que os trabalhadores possam descansar. No entanto, o novo modelo de trabalho causa mais cansaço nos trabalhadores e o serviço, que antes era feito em horas, agora se estende até o dia seguinte. 

Tal mudança causa polêmica e tem se tornando o assunto do momento em Araraquara. Na terça-feira (15), por exemplo, quase 200 toneladas de lixo deixaram de ser coletadas. Durante a audiência também foi mencionado que cerca de cinco coletores já pediram demissão por não terem suportado o cansaço nas coletas, pois o único momento em que havia descanso era no estribo do caminhão. 

O Ministério Público do Trabalho alegou na audiência que a única razão das mudanças é a segurança dos funcionários, que não enxergam outra alternativa para fazer a coleta a não ser com a presença do estribo. Uma sugestão feita pela advogada foi para que o estribo permanecesse, ao menos, nos percursos curtos. No trajeto longo, carros de apoio continuariam sendo utilizados. Desta forma, os coletores teriam um tempo para assimilar a mudança. 

Apesar do Daae não ter sido convidado para a audiência, agora o MPT deverá fazer uma contraproposta ao Departamento de Água e Esgoto para acolher as solicitações dos coletores. Mas fato é que ainda nada ficou decidido. Porém, a audiência do Siemaco de Araraquara fez o promotor ouvir os coletores e entender que no momento não é nada viável tirar os estribos dos veículos.

Assim sendo, a decisão de quando os estribos voltarão a fazer parte da coleta dependerá do Daae, a partir da contraposta.
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