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25/10/2023 às 08h48min - Atualizada em 25/10/2023 às 08h48min

Poluição das queimadas aumenta em 23% a chance de desenvolver doenças respiratórias

Pneumologista alerta para os principais sintomas e formas de prevenção

Foto Ilustrativa/Portal do Governo SP/ Operação São Paulo sem Fogo



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Um estudo da Escola de Políticas Públicas e Governo (FGV EPPG), publicado na Revista Nature Communications, alertou que a poluição das queimadas esteve associada a um aumento de 23% em internações por doenças respiratórias no Brasil, principalmente bronquite, pneumonia e asma.

 

Segundo o pneumologista Dr. Flávio Arbex, embora o cenário afete todos os seres humanos, os grupos de risco devem se manter ainda mais atentos.

 

 

“Os poluentes podem interagir de diferentes maneiras com o corpo humano, porém, as crianças de até 5 anos, os idosos acima dos 64 anos, e os indivíduos com doenças respiratórias pré-existentes costumam experenciar sintomas mais graves ou crises agudas quando ocorre exposição à poluição das queimadas”, comenta Dr. Flávio.
 


Ainda segundo a pesquisa, as queimadas também estão associadas a um aumento de 21% nas doenças circulatórias, como doença arterial, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e cardiopatias.

 

Logo, é preciso que haja uma maior conscientização pública a respeito dos impactos causados pelas queimadas, especialmente em épocas com ar mais seco e menos chuvas, como a primavera, por exemplo”, diz Arbex.
 


O pneumologista também destaca que a poluição do ar pode provocar irritação dos olhos e garganta, falta de ar, nariz entupido, dores de cabeça, vermelhidão e alergia na pele, entre outros sintomas. “Para evitar os efeitos das queimadas é imprescindível manter uma adequada hidratação e os ambientes da casa e do trabalho sempre fechados, além de mais umidificados, seja com o uso de vaporizadores, bacias com água ou toalhas molhadas”.


Caso os sintomas não passem ou mesmo se agravem, Dr. Flávio recomenda que as pessoas procurem atendimento médico para um adequado diagnóstico e consequente tratamento. “Lembrando que a automedicação é sempre contraindicada”.



Queimadas na Amazônia

 


Um estudo realizado pela Fiocruz com o WWF-Brasil também mostrou que as queimadas na Amazônia foram responsáveis pela elevação dos percentuais de internações hospitalares por problemas respiratórios nos últimos 10 anos.

 

É importante alertar sobre os irreparáveis danos causados pelos incêndios florestais, pois além dos prejuízos à saúde respiratória, o aerossol das queimadas pode causar câncer de pulmão e até mesmo modificações genéticas quando pensamos a longo prazo”, diz Dr. Flávio.
 


Ainda segundo o pneumologista, o aumento no número de internações em todo o país pode ser explicado pelas micropartículas que compõem a fumaça e que ficam depositadas nas cavidades dos pulmões, situação que agrava os problemas respiratórios, especialmente daqueles que já possuem comorbidades.

 

Mais motivos para que mobilizemos a sociedade com ações que informem sobre os impactos da queimadas. As doenças respiratórias causam uma fragilização do organismo, com considerável diminuição do bem-estar e da qualidade de vida”.
 



Crime Ambiental

 


A Defesa Civil orienta que não sejam jogados cigarros ou fósforos acesos às margens das rodovias e que ninguém realize queimadas para limpar terrenos ou eliminar resíduos diversos.

 

Previsto na Lei 9.605/98, o crime ambiental inclui pagamento de multa e prisão de dois a quatro anos para quem provocar incêndios em mata ou floresta.

 

Em casos de incêndios próximos a residências ou em áreas de vegetação isolada, recomenda-se acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193.



 

  • Especialista em pneumologia, Flavio Ferlin Arbex é médico e doutor pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM), instituição na qual também realizou residência em clínica médica e pneumologia.
  • Atualmente, é professor de Pneumologia da UNIARA e Coordenador da Enfermaria Covid da Santa Casa de Araraquara, além de membro das Sociedades Paulista e Brasileira de Pneumologia (SPPT e SBPT) e das Sociedades Americana e Europeia de Pneumologia (ATS e ERS).

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