A quarentena está em vigor no estado desde o dia 24 de março e, com ela, somente os setores considerados essenciais – como abastecimento, logística, segurança e saúde – podem funcionar.
Os setores que vão voltar a funcionar a partir do dia 11 de maio não foram informados pelo governo paulista. Esse anúncio, segundo o governador, será feito somente no dia 8 de maio. Para ajudar a elaborar o plano, o governador montou uma equipe, formada por diversos economistas do país, tal como Persio Árida.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Social, Patricia Ellen, os critérios que serão utilizados para essa retomada vão considerar a preparação do sistema de saúde, da sociedade e dos setores econômicos. “Queremos atender os setores com maior vulnerabilidade econômica. Então vamos priorizar setores que têm maior vulnerabilidade e menor risco do ponto de vista do enfrentamento da pandemia para que eles sejam retomados e acolhidos mais rapidamente”, disse a secretária.
As regiões do estado, segundo ela, serão divididas em nível de risco: zona vermelha [maior risco], zona amarela e zona verde [de menor risco]. “Vamos segmentar os municípios de acordo com a situação da pandemia e capacidade do sistema de saúde”, falou ela. “Para estar na zona verde, precisamos alcançar baixo número de casos, baixa ocupação de leitos de UTI, testes disponíveis para assintomáticos e suspeitos e protocolos setoriais implementados”, acrescentou.
Doria ressaltou que a reabertura vai se basear na disseminação do coronavírus no estado, na situação do sistema de saúde e no distanciamento social. E, de acordo com ele, a reabertura não significa que não haverá quarentena.
"Vamos levar em conta sim situações locais, regionais e setores que possam retornar a economia com as devidas medidas de proteção”, falou o governador. “Os critérios da nova quarentena, daquilo que virá a partir do dia 11, serão diferenciados e de acordo com os dados científicos apurados em cada cidade e pelas regiões do estado de São Paulo”, acrescentou o governador.
Segundo Doria, que citou durante a coletiva todos os setores autorizados a funcionar no estado durante a quarentena, 74% do estado continua em funcionamento.
“Em São Paulo nunca houve lockdown, que foi necessário em alguns países do mundo. Isso porque adotamos aqui as medidas certas, na hora certa, no momento correto e amparados pela ciência e pela medicina. Os bons resultados obtidos em São Paulo até aqui, com apoio da população, permitiu que pudéssemos passar uma quarentena com um bom resultado”, disse Doria.“São Paulo não parou. Praticamente 74% da economia paulista funciona desde o primeiro dia da quarentena decretada no mês passado. Segundo: a quarentena permitiu ao estado de São Paulo a preparação da rede de saúde. Não fosse esse tempo e não fosse essa preparação, hoje o lugar comum de São Paulo seria como a de outras capitais do Brasil que estão sofrendo com mais de 100% de ocupação dos leitos”, disse Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário de governo.
mantendo o isolamento social. Por isso, Doria fez um apelo para que prefeitos do estado paulista continuem mantendo o isolamento até lá e aguardem o Plano São Paulo para definir como será a retomada. “Não é prudente que nenhuma cidade do interior de SP rompa a quarentena antes do dia 10 de maio”, disse ele.
Ontem (21), o isolamento no estado chegou a 57%, mas em São Sebastião, cidade com a maior taxa do estado, o isolamento no feriado atingiu 67%. A ela se seguiram as cidades de Ubatuba, Cruzeiro, Lorena, Caraguatatuba, Ribeirão Pires, Itanhaém, São Vicente, Mairiporã, Caçapava, Cajamar, Caieiras, Bebedouro, Pindamonhangaba, Ibiúna, Poá, Itapecerica da Serra, Votuporanga, Pirassununga e Guaratinguetá.
Até este momento, São Paulo tem 15.385 casos confirmados do novo coronavírus, com 1.093 mortes. O número de mortes triplicou no estado em duas semanas: no dia 7 de abril eram 371 mortes. O estado tem ainda 1.284 internados em unidades de terapia intensiva (UTI) e 1.341 em enfermarias.
Edição: Aline Leal