A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que nove em cada 10 pessoas no mundo estão expostas a concentrações de poluentes acima dos limites recomendados.
Segundo o pneumologista Flávio Arbex, trata-se de um problema que prejudica não apenas questões ambientais, mas também influencia fortemente a saúde pública, já que a situação ainda é responsável por afetar o funcionamento dos pulmões e provocar graves doenças, como câncer, ataque cardíaco e até mesmo derrame cerebral.
“Já é bem documentado pela ciência o fato de que se existe um ar poluído, consequentemente também haverá mais doenças respiratórias, independente do estado de saúde prévio do paciente, pois os chamados materiais particulados prejudicam todo o funcionamento do organismo, das narinas até o pulmão e, então, espalhando-se pela corrente sanguínea e o resto do corpo”, explica o pneumologista.
Arbex também alerta que o problema pode ser classificado como um inimigo invisível, pois na maioria das vezes é ignorado até que as doenças comecem a demonstrar os seus primeiros sintomas. “Lembrando que, assim como qualquer enfermidade causada por agentes externos, as reações do organismo advindas da poluição serão sentidas conforme o grau de intensidade da exposição que um indivíduo sofre.”
Entre as pessoas mais atingidas por essa situação estão as crianças, os idosos e trabalhadores de ambientes externos, como vendedores ambulantes, taxistas e motoboys, mas principalmente aqueles com doenças preexistentes. Dessa forma, enquanto indivíduos considerados saudáveis estão mais propensos a sentir os efeitos da poluição a longo prazo, pacientes que já lidem com os desafios da asma ou que possuam problemas cardiovasculares, por exemplo, devem sentir as consequências da poluição atmosférica mais rapidamente.
Diante desse cenário, o pneumologista orienta que a implementação e reforço de políticas públicas são essenciais para conter os impactos da poluição do ar na saúde, porém, algumas atitudes individuais também são importantes para fortalecer o corpo contra esse problema.
“Mudanças de comportamento, como trocar o carro por caminhadas, transporte público ou o uso de bicicleta são maneiras efetivas de diminuir a poluição, assim como a diminuição das queimadas em terrenos, pois esse tipo de fumaça produz uma mistura de poluentes tóxicos que podem permanecer no ar por semanas, prejudicando ainda mais a respiração”, alerta Flávio Arbex.