Seja no âmbito profissional, social ou afetivo, estar sofrendo com algum problema de saúde mental pode causar interferências diretas na harmonia e no bem-estar de um indivíduo. As emoções desreguladas também costumam ser responsáveis por causar interferências na segurança financeira de algumas pessoas, conforme explica a psicóloga Naiara Mariotto.
“A saúde mental está diretamente ligada a saúde financeira e vice-versa, pois caso a pessoa esteja passando por algum problema, ela pode se esquecer de pagar algumas contas e acabar acumulando dívidas. Da mesma forma, que um acúmulo de despesas pode gerar estresse, ansiedade e até mesmo interferir no sono e na alimentação”.
Mariotto também explica que, embora as reações variem muito de acordo com cada situação, algumas emoções são mais comuns quando se trata de uma vida financeira desregulada. “Estresse, irritação, tristeza, desânimo, angústia, frustração e até mesmo a vergonha são os sentimentos mais comuns entre quem vive uma situação mais complicada com o dinheiro”, diz.
Para a psicóloga, a pandemia também elevou as queixas com relação à vida financeira, pois a crise gerada pelo coronavírus automaticamente aumentou problemas como ansiedade, preocupação e medo. “A pandemia não só contribuiu para acentuar essas emoções, como também fez com que pessoas mais controladas precisassem se adaptar a dificuldades maiores”.
Como lidar com essa relação
Para Mariotto, as pessoas precisam, primeiramente, colocar na ponta do lápis quais são os seus ganhos, os seus gastos e avaliar o quanto essa relação é compatível a fim de obter uma visão realista das suas necessidades. “Dessa forma, é possível cortar gastos descontrolados que podem levar a uma situação financeira desconfortável”, diz.
Fazer essa reflexão também pode impedir atos impulsivos que são consequências de rotinas mais ansiosas e uma demonstração de como a ligação emocional e financeira caminham juntas. “É uma relação que precisa ser observada e trabalhada, se for o caso, até mesmo com a ajuda de um profissional”.
Com o acompanhamento adequado, as pessoas conseguem evitar que um problema emocional seja descontado em uma compulsão por compras, que segundo Mariotto, pode resultar em preocupações e crises emocionais mais graves ou até mesmo ser prejudicial às finanças do restante da família.