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25/04/2020 às 13h30min - Atualizada em 25/04/2020 às 15h48min

Boeing rompe contrato com a Embraer

Por Willian Oliveira A companhia americana Boeing anunciou neste sábado (25) que vai romper o contrato com a Embraer. As duas empresas estavam em final de negociação e aguardavam apenas algumas questões burocráticas de órgãos reguladores para criar uma joint venture, como são chamadas as novas empresas em processos como esse. A ideia era unir os setores de aviação comercial das empresas. A Boeing seria a controladora, com 80% do negócio e a fabricante brasileira ficaria com os 20% restantes. O capital avaliado da nova empresa girava em torno de US$ 4,75 bilhões. Embora não tenha afirmado em seu comunicado, o impacto do novo coronavírus na economia do planeta, em especial na aviação comercial, pode ter sido decisivo para essa decisão. Também estava em criação um outra joint venture que seria responsável pelo desenvolvimento e comercialização de aeronaves de transporte, com foco no produto mais cobiçado da Embraer nos últimos tempos, o C-390 Millenium, o maior avião já fabricado no Brasil. O cargueiro foi encomendado pela Força Aérea Brasileira, já opera no país e há pedidos firmes de outras nações, como Portugal, para fabricação de outras unidades. A Boeing informou por meio de nota que a decisão foi tomada porque a Embraer “não atendeu às condições necessárias". A medida foi tomada no prazo limite estabelecido entre as duas companhias em contrato, que era o dia 24 de abril.
“A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas. O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do Grupo.
A Embraer já havia anunciado que tentava prorrogar esse prazo limite para o rompimento, mas não deu tempo. Em nota a fabricante brasileira rebateu a Boeing.
“A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação”, diz trecho do comunicado.
Segundo a Boeing, mesmo com a intenção das duas empresas em se manter unidas, nesse momento, a companhia não vê como isso poderia acontecer de maneira saudável. “É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes”, complementou. Embraer e Boeing já tinham passado por um longo processo de negociação até a assinatura do contrato e depois por um burocrático esquema de regulamentação desse acordo. Todas as autorizações foram obtidas, inclusive pelo governo brasileiro. Restava apenas a da Comissão Europeia, que já deveria ter dado seu parecer, mas até então não tinha feito. Além dos novos negócios que poderiam ser fechados com a parceria, Embraer e Boeing sempre defenderam a união porque ela também traria economia para os dois lados. Em um dos comunicados chegou-se a falar em cerca de US$ 150 milhões por ano, até o terceiro ano da parceria, isso em levar em consideração os impostos.
A Embraer afirma que vai buscar reparação pelos prejuízos sofridos com o rompimento do contrato. “A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA”.
O rompimento informado hoje não afeta um outro contrato, assinado em 2012 e ampliado em 2016, que trata da comercialização e manutenção do C-390 Millenium. O Araraquara Agora procurou a assessoria de imprensa da Embraer que deve emitir uma nota nas próximas horas. Assim que fizerem, atualizamos a reportagem. Gavião Peixoto A unidade da Embraer de Gavião Peixoto já não seria tão afetada pela parceria já que nela são fabricados os aviões de defesa e parte da linha de jatos comerciais que estavam fora desse acordo. Veja nota da Embraer: A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação. A Embraer acredita que está em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias previstas até 24 de abril de 2020. A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA. A Embraer se mantém uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base sólida de recursos industriais e de engenharia. A empresa é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial. Nossos funcionários continuarão a oferecer com muito orgulho aos nossos clientes produtos e serviços de alta qualidade dos quais dependem da Embraer, todos os dias. Nossa história de mais de 50 anos está alinhada com muitas vitórias, mas também com alguns momentos difíceis. Todos eles foram superados. E é exatamente isso que vamos fazer novamente. Superar esses desafios com força e determinação. Empresa aeroespacial global com sede no Brasil, a Embraer completa 50 anos de atuação nos segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva, Defesa & Segurança, Aviação Agrícola. A Companhia projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, além de fornecer Serviços & Suporte a clientes no pós-venda. Desde que foi fundada, em 1969, a Embraer já entregou mais de 8 mil aeronaves. Em média, a cada 10 segundos uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando anualmente mais de 145 milhões de passageiros.  A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa. Veja a nota da Boeing: "A Boeing anunciou hoje que rescindiu o Contrato de Transações Mestre (Master Transaction Agreement-MTA) com a Embraer pelo qual as empresas buscavam estabelecer um novo patamar de parceria estratégica. As partes planejavam criar uma joint venture composta pelo negócio de aviação comercial da Embraer e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium. Segundo o acordo, o dia 24 de abril de 2020 era a data limite inicial para rescisão, passível de extensão por qualquer uma das partes caso algumas condições fossem cumpridas. A Boeing exerceu seu direito de rescindir após a Embraer não ter atendido as condições necessárias. “A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas. O objetivo de todos nós era resolver as pendências até a data de rescisão inicial, o que não aconteceu”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do Grupo. “É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes”. A parceria proposta entre a Boeing e a Embraer havia recebido aprovação incondicional de todas as autoridades regulatórias, exceto a Comissão Europeia. A Boeing e a Embraer irão manter o contrato vigente relativo à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium assinado em 2012 e ampliado em 2016".
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