Com as altas temperaturas do verão, é comum que as pessoas busquem formas de se refrescar, com mergulhos em piscinas, banhos de mar e passeios a rios e cachoeiras. Porém, a otorrinolaringologista Tatiana Gonçalves orienta alguns cuidados após essas situações, pois o contato com a água pode desencadear otites causando fortes dores de ouvido.
“Por se tratar de uma condição evitável, é imprescindível que se tome algumas precauções, como enxugar as orelhas com uma toalha macia e limpa, não introduzir objetos que possam machucar a pele dos ouvidos, especialmente cotonetes, e nunca utilizar de soluções caseiras nos ouvidos sem o conhecimento médico”, orienta a especialista.
Diferente da otite de inverno, que acomete a orelha média e é frequentemente viral ou bacteriana, a otite de verão, também chamada de otite externa, é principalmente fúngica ou bacteriana e é uma condição que acomete a orelha externa – que consiste em toda a área do conduto audito externo e do pavilhar auricular.
Na maior parte dos casos, se trata de micro-organismos que penetram no ouvido por meio de lesões na pele que recobre a orelha externa, provocadas por objetos (cotonetes, grampos etc.), atritos, e pelo contato com água contaminada.
Os sintomas geralmente aparecem logo no primeiro dia de infecção, com características como dor intensa e latejante (principalmente em crianças); sensação de entupimento do ouvido; secreção; coceira; e perda parcial da audição.
O diagnóstico e o tratamento devem ser feitos pelo médico otorrinolaringologista e a avaliação dos sintomas através do exame otológico, que permite visualizar as estruturas do ouvido.
“O tratamento, costuma ser simples, porém requer disciplina e cuidados locais, e consiste em utilizar analgésicos orais e antibióticos ou antifúngicos tópicos além de proteção local e evitar manipulação ou molhar os ouvidos. Com alguns casos também demandando uma aspiração da secreção do meato auditivo externo que deve ser feito apenas pelo especialista”, explica Gonçalves.