Por Willian Oliveira
A tragédia em Manaus parece não ter fim. Nesta sexta-feira (15) a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas pediu a ajuda de vários estados brasileiros para transferir bebês prematuros que estão internados em maternidades públicas do estado.
O sistema de saúde da capital amazonense entrou em colapso devido a superlotação de pacientes contaminados com a covid-19. Falta insumos básicos para o atendimento e o mais crítico, falta oxigênio. O item essencial nas UTIs não afeta apenas os doentes por coronavírus, mas todos que estão nas alas de atendimento intensivo e necessitam do gás para sobreviver.
O governo afirma que tem a autorização dos pais para fazer essas transferências e garante que as mães poderão viajar com seus filhos.
A apatia do governo federal está sendo compensada pelos estados. O Maranhão já se prontificou a receber ainda nesta sexta-feira, 9 bebês prematuros. O governo de São Paulo também disse que está pronto para ajudar e abrigar as 60 crianças e suas mães. Até mesmo gestantes poderão ser acolhidas no estado.
"Isso é resultado da política caótica da saúde pública do governo federal. Não é razoável imaginar que uma situação de caos como a da capital manauara seja debitada na conta de um prefeito ou de um governador", criticou o governador João Doria.
O governo paulista também informou que irá enviar 40 respiradores pulmonares para Manaus. Paraná e Minas Gerais também se colocaram a disposição para ajudar e já preparam leitos de UTI neonatal.
Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) carregados com cilindros de oxigênio chegaram a Manaus no início da madrugada desta sexta-feira (15). Eles foram enviados de Guarulhos para ajudar na crise de saúde que assola o estado do Amazonas.
O Amazonas começa nesta sexta-feira (15) um toque de recolher de 10 dias. Só podem circular entre 19h e 6h quem trabalha em áreas consideradas essenciais. A medida é para frear a disseminação do vírus.
O estado já tem mais de 223 mil casos da doença e se aproxima de 6 mil mortes.