Com a mesma velocidade que o implante de silicone se popularizou, uma nova tendência tem tomado conta das redes sociais nos últimos tempos. O explante de próteses – uma cirurgia para a retirada da prótese mamária – vem sendo debatido por celebridades e influencers, levando diversas mulheres a associarem a presença do silicone a dores articulares, fadiga, perda de cabelo e diversos outros sintomas.
Segundo o cirurgião plástico Marcelo Mariottini, as pessoas também têm se autodiagnosticado com enfermidades como a doença do silicone, porém, até o momento, não há estudos ou comprovação científica que deem sustentação a essa relação entre as próteses com as situações apresentadas.
Apesar da rápida disseminação de informações equivocadas pela internet, o especialista ressalta que é preciso estar atento, pois existem condições que realmente podem afetar a saúde da pessoa que tenha realizado um implante de silicone, como a contratura capsular, a formação de seroma e até mesmo a ruptura do implante.
Entre os sintomas a se manter atento, Mariottini alerta o endurecimento da mama, a alteração da forma do peito e dor local como possíveis sinais de uma contratura. Já nas situações de formação de seroma, o médico aponta que dores, distensão e aumento do volume da mama são aspectos que devem levar a busca por atendimento médico imediato.
“A ruptura do implante, no entanto, é uma condição que a paciente não percebe, a não ser que se trate de um problema crônico, quando há complicações, como a penetração do silicone no tecido ao redor da prótese, o que pode causar uma inflamação”, detalha Dr. Marcelo.
Embora algumas complicações possam ser resolvidas com um tratamento clínico e medicamentoso – onde o foco será resolver a doença base – outros casos podem necessitar de uma nova intervenção cirúrgica. Contudo, nos casos em que a paciente deseje ou precise retirar o implante, ela ainda poderá colocar um novo no futuro, desde que aliado a uma cirurgia de mamoplastia para conseguir atingir um resultado estético adequado.
Diante desse cenário, Mariottini orienta que as mulheres entendam que a prótese é um corpo estranho dentro do organismo e não um item adquirido casualmente, portanto, é imprescindível que haja acompanhamento médico constante a fim conferir o estado do silicone. “Pois, apenas um profissional adequado será capaz de informar se há alguma complicação que precise de intervenção.”